Justiça

“Artista da rádio” condenado por roubo e rapto lança “Diário Criminal” (e “atuou” com fugitivo de Vale de Judeus)

Notícias de Coimbra | 2 dias atrás em 17-09-2024

O empresário que acaba de anunciar o lançamento do jornal Diário Criminal sofreu condenação a seis anos e meio de cadeia por crimes de roubo e rapto cometidos em 2009.

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Nuno Soares, que descreve o projecto de jornalismo digital como marcante de uma “nova era”, promete uma “cobertura especializada, rigorosa e profunda dos fenómenos criminais (…)”,

Ao remeter pra uma “nova visão” acerca do jornalismo atinente à criminalidade, ele promete “relatar factos, contextualizar acontecimentos, explorando causas, consequências e as cambiantes do sistema de justiça penal” e , uns dias após a fuga do antigo cumplice, aproveita para escreve sobre o quinteto que saltou o muro da prisão.

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Nuno Soares é “produtor, realizador e apresentador do programa de apanhados “Planeta Alegria”, emitido por várias rádios locais.

O radialista é o responsável da denominada TVC – Televisão do Centro (com sede em Águeda) e detém de forma direta ou indireta as cooperativas detentoras das rádios Mundial (Vila Nova de Poiares) e Caria (Belmonte), que teve arte de controlar quando estas viviam em coma induzido. Antes e depois de ter detido a rádio de Carregal do Sal (que vendeu ao Jornal do Centro – Viseu) “passou” por meia dúzia de emissoras.

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Nuno Miguel Soares, 48 anos de idade, foi punido, pelo Tribunal da Relação de Coimbra, em 2012, com 78 meses de cadeia, por conluio com cinco co-arguidos no cometimento de crimes de rapto e roubo infligidos a Patrício P. G., vítima que ele conhecia.

Entre os co-arguidos figura Fernando Ribeiro Ferreira, um dos cinco reclusos que se evadiram, recentemente, do estabelecimento prisional de Vale de Judeus.

No começo de 2009, Nuno Soares e outro homem, em resultado de negócios em que interveio o empresário de Condeixa-a-Nova Patrício P. G., ficaram desapossados de quantias em dinheiro.
Neste contexto, embora Nuno Soares tenha negado a prática de conluio para se ressarcirem, o Tribunal da comarca de Coimbra condenou-o a oito anos e meio de cadeia (pena que veio a baixar para seis anos e meio).

Ex-residente na Lousã, Fernando Ferreira, 60 anos de idade, foi punido com nove anos de prisão por rapto, roubo e dano qualificado.

O arguido tinha cumprido outra pena entre Fevereiro de 2000 e Janeiro de 2009. Usufruiu de liberdade condicional em Junho de 2009, praticou roubo e rapto em Agosto desse ano e, em meados de 2010, voltou a ser detido pela Polícia Judiciária no âmbito da operação “Mosqueteiros”.

Ribeiro Ferreira liderou um grupo violento que se dedicava, nomeadamente, a assaltar hipermercados e ourivesarias da região Centro. De acordo com um comunicado da PJ, divulgado em meados de 2010, tratava-se de um bando, composto por perto de 10 membros, bastante organizado e violento.

Nesse ano, a PJ concluiu pelo envolvimento de Ribeiro Ferreira e outros cinco indivíduos em crimes de roubo e rapto de que foi vítima o empresário Patrício P. G.

Patrício foi mantido em cativeiro numa oficina, na Lousã, durante três dias, havendo sofrido agressões e tendo sido sujeito a fome.

A vítima escapou aos raptores aquando de uma ida a um balcão bancário em Coimbra, onde Patrício se deslocou com eles depois de os convencer que lá tinha guardados num cofre 20 milhões de euros.

Segundo um colectivo de juízes que condenou Fernando, em 2012, os arguidos (três mandantes e três executantes) agiram com “elevado grau de perversidade”

O rapto terá sido desencadeado pelo desejo de cobrança de uma alegada dívida de Patrício no montante de 35 mil euros.

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