Crimes

Homicida do sócio do Nicola: “Estou arrependido do que fiz, de destruir não só a minha família, como outras famílias”

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 meses atrás em 11-09-2024

O homem de 37 anos acusado de matar o gerente de um estabelecimento de restauração de Coimbra, em agosto de 2023, afirmou hoje, em tribunal, que está arrependido, reconhecendo ter sido autor do crime.

“Estou arrependido do que fiz, de destruir não só a minha família, como outras famílias. Vou carregar esse peso para o resto da vida. Não há anos nem cadeia que vá retirar isso da minha memória”, afirmou o arguido, antes das alegações finais, que decorreram hoje à tarde, no Tribunal de Coimbra.

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O homem, que se encontra preso preventivamente, é acusado de matar o gerente de um estabelecimento de Coimbra, depois de um encontro sexual entre os dois, na residência do arguido, no concelho de Miranda do Corvo.

O arguido, que tinha um anúncio numa plataforma em que propunha relações sexuais a troco de dinheiro, teve vários encontros com a vítima, o último dos quais a 19 de agosto de 2023, em que surgiu uma discussão que acabou na morte do gerente.

Após ter confessado, de manhã, no arranque do julgamento, a autoria do crime, o arguido voltou, hoje à tarde, a afirmar que estava arrependido, aclarando que não consegue explicar o porquê de ter matado o gerente.

Depois de o arguido ter recusado um alegado convite do falecido para “aprofundar a relação” e fugir para o Algarve, vincando que não era “homossexual e que era casado”, a vítima terá desferido um murro no homem. Na sequência da alegada agressão, o arguido terá conseguido colocar o braço à volta do pescoço da vítima, asfixiando-a, relata o Ministério Público, na acusação a que a agência Lusa teve acesso.

“Não vou dizer que estava drogado ou alcoolizado, mas não sei dizer o porquê. Sei que não gostava de fazer aquilo, não gostava de estar ali e só queria que aquilo acabasse para continuar a minha vida”, afirmou o arguido, esta tarde.

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Nas alegações finais, o procurador do Ministério Público vincou que o arguido “reconheceu” o crime que cometeu, defendendo que o mesmo deverá ser condenado a uma pena única de 21 anos de prisão pela prática dos crimes de homicídio qualificado e profanação de cadáver (tentou esconder o cadáver numa fossa sética).

Já o advogado que representa a família da vítima defendeu uma pena “a rondar os valores máximos”.

A defesa considerou que o arguido contou os factos “da forma mais sóbria possível e com o maior detalhe possível”.

Se para a defesa não há dúvidas de que o arguido deve ser condenado pelo crime de profanação de cadáver, já no caso do homicídio considera que o homem deve ser condenado por um crime de homicídio simples e não qualificado.

“A conduta do arguido ocorreu sem qualquer tipo de preparação ou estabelecimento de plano. Não visou satisfazer qualquer instinto ou prazer”, notou.

O Tribunal de Coimbra marcou para o dia 18 de setembro, às 14:00, a leitura do acórdão.

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