Coimbra
Morte de sócio do café Nicola: Arguido confessa com frieza
Geovani Gomes, que confessou, esta quarta-feira, ter assassinado, em Agosto de 2023, o empresário do café Nicola Mário Oliveira, relatou os factos com relativo distanciamento.
Embora tenha tido uma atitude colaborante para a descoberta da verdade na audiência de julgamento, diferente do “motivo torpe e fútil” inerente ao homicídio, o arguido denotou ficar aquém do arrependimento.
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O arguido optou por uma resposta evasiva quando Arlindo Mendes, o advogado da família do empresário, lhe perguntou se esteve durante algum tempo a apertar o pescoço da vítima.
Ao enquadrar o cometimento do crime com o consumo de álcool e drogas, Geovani Gomes negou intenção de matar e disse que nunca tinha aplicado um golpe de mata-leão (causador de asfixia, sendo que o pescoço da vítima é pressionado por um braço).
Segundo o relato, Mário Oliveira, 57 anos de idade, caiu ao chão, de barriga para baixo, sem reagir.
“Como foi a sua vida ao longo de mês e meio?”, questionou o magistrado do Ministério Público em alusão ao período compreendido entre 19 de Agosto[de 2023] e 04 de Outubro (data em que a PJ deteve o cidadão brasileiro). “A trabalhar”, respondeu Geovani Gomes, acrescentando que só se recorda de ter prestado favores sexuais a um casal naquele horizonte temporal.
Noutro contexto, a magistrada que preside ao colectivo de juízes perguntou ao arguido se o empresário reagira. “Tenho de falar isso mesmo?”, perguntou Geovani Gomes. “Tem, se quiser”, indicou a juíza.
Segundo a resposta do arguido, Mário Oliveira desmaiou e ficou prostrado no chão de um casa de Chãs (Semide, Miranda do Corvo), onde ocorreu o último de quatro encontros de cariz sexual protagonizados por ambos.
Depois do crime, o homicida desligou o telemóvel da vítima, tentou vender o carro do empresário (um Mercedes C220 com cerca de 20 anos de uso) e desfez-se da chave e dos documentos da viatura.
Ao afirmar que Mário Oliveira lhe sugeriu irem passar uns dis no Algarve e lhe infligiu um murro no âmbito de uma altercação, Geovani Gomes, perto de 40 anos de idade, com mulher e quatro filhos no Brasil, disse, ainda, que foi “tomado por uma fúria”.
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