Crimes
“Sou ladrão de coração e não por necessidade”. ‘El Ruso’, o recluso que não recomenda a vida criminosa
Imagem: DR
Rodolf Lohrmann, mais conhecido por ‘El Ruso’, chegou a ser um dos criminosos mais procurados pela da Argentina.
É agora um dos cinco reclusos em fuga da cadeia de Vale de Judeus que ocorreu no sábado, 7 de setembro.
Foi preso por assaltos em Portugal e já em 2019 mandou, a partir da cadeia de Monsanto, uma carta para um jornal argentino. Relatava como entrou no mundo do crime.
“Quando eu tinha 15 anos peguei numa arma, coloquei à cintura e nunca mais a tirei. Acho que foi o meu destino. Ficou marcado, como o de tantos criminosos (…) O que não nos mata fortalece-nos, deixa-nos mais gordos. Sou ladrão de coração e não por necessidade”, dizia numa carta com mais de 40 páginas citada pelo Correio da Manhã.
Não deu detalhes da violência que lhe foi imputada, mas assumiu que cometeu assaltos. “Durante toda a vida dediquei-me aos bancos e aos veículos blindados. São a minha especialidade. Uma mentira que sempre contaram é sobre as minhas operações. Nunca alterei o rosto. Se fizesse isso estaria a ser desrespeitoso para com Deus. Era como se não confiasse na sua proteção”, alegou.
“No total, tenho 11 tiros no corpo. Os três primeiros foram em Buenos. Graças aos roubos tive muitos luxos, mas não recomendo a vida de criminoso a ninguém. É por isso que nunca quis que meus filhos o fossem. Reconheço que o que faço não está certo. Não nego tudo que fiz na minha vida, nem me arrependo. Os roubos trazem muitas coisas materiais, mas nada disso vale a pena quando não se consegue ver os filhos crescer, dar o amor de um pai. São coisas que não valem todo o ouro do mundo junto”, concluiu.
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