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Coimbra “capital da saúde” não tem Serviço de Atendimento Complementar!
Ao contrário dos outros 20 concelhos da Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra, o concelho de Coimbra é o único que não oferece um Serviço de Atendimento Complementar (SAC) ou SUB. Estes serviços têm iminentemente funcionado com recurso a trabalho suplementar ou prestações de serviço, lamenta Conselho de Administração
Durante os fins-de-semana, feriados e tolerâncias de ponto, os mais de 140 mil residentes no Concelho de Coimbra não têm alternativa à utilização dos Serviços de Urgência Hospitalar: Hospital Pediátrico, Hospitais da Universidade de Coimbra e Hospital Geral. Adicionalmente, muitos destes doentes recorrem ao serviço de urgência no início da semana por adiamento de cuidados e agravamento do estado de saúde, fria a ULS
Segundo a ULS, ter um SAC em Coimbra, aos fins-de-semana, feriados e tolerâncias de ponto, entre as 10 e as 18 horas, é uma iniciativa de grande relevância para a comunidade deste Concelho. Este serviço garante que os cidadãos têm acesso a cuidados de saúde gratuitos e de qualidade.
Esta oferta de cuidados é uma mais-valia para os cidadãos do Concelho de Coimbra, reforçando a rede de cuidados de saúde e garantindo que todos e todas têm acesso a um atendimento de proximidade, mesmo aos fins-de-semana, tolerâncias e feriados.
O SAC é um serviço de qualidade onde o acesso é garantido mediante agendamento. Por outro lado, ao contrário do Serviço de Urgência (taxa moderadora mínima entre 14 e 18 euros) ou de respostas privadas, este serviço é gratuito para os utentes e o utente saberá sempre a que horas será observado pelo médico.
A ULS de Coimbra aderiu ao programa “Ligue antes, salve vidas”, prevendo-se a sua implementação durante as próximas semanas. A adesão a este programa garante que o acesso de doentes ao SAC é sempre mediada por triagem prévia pela Linha SNS24. Assim, no SAC de Coimbra o doente passará a ter uma resposta médica de análises clínicas compreensiva, programada e ajustada às suas necessidades.
Considerando o horário de funcionamento do SAC (10-18h), é aceitável considerar uma capacidade diária para a realização de 30 atendimentos por equipa. Para este efeito, considera-se que a equipa, por turnos, é constituída por um Médico e um Enfermeiro. Esta equipa terá a possibilidade de aceder a meios complementares de diagnóstico, como análises clínicas. A definição do número de equipas dependerá da evolução da procura, sendo expectável que em período de inverno a procura seja maior, adianta.
No primeiro semestre do ano, ao fim-de-semana, ocorreram 3.362 atendimentos urgentes classificados como verdes ou azuis, a residentes no concelho de Coimbra, que resultam numa média de 60 episódios por dia. Estes números justificam, por si, a abertura do SAC com duas equipas. Pelo contrário, estes números não justificam a abertura em simultâneo das várias unidades de saúde familiar ou centros de saúde existentes em Coimbra.
A ULS de Coimbra constituiu um Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento da Resposta à Doença Aguda. Neste âmbito, foi produzido um relatório subscrito por parte dos seus membros (documento público). Infelizmente, ficaram por concluir parte das atividades para o qual o grupo foi constituído, nomeadamente questões que não obtiveram uma resposta. Este grupo recomendou a realização de um estudo de impacto do funcionamento do SAC de Coimbra. O Conselho de Administração aceitou esta recomendação e irá proceder ao estudo de impacto por entidade externa, sendo públicos os resultados parciais e finais dessa avaliação.
A ULS de Coimbra iniciará, em fase de testes, o funcionamento do SAC de Coimbra, a partir de hoje, 7 de setembro, no novo Centro de Saúde Fernão de Magalhães. Acredita se que esta resposta deve ser assegurada por médicos e enfermeiros de família, que conhecem a população do Concelho, nos princípios da Medicina Geral e Familiar.
Nesta fase experimental, para os profissionais e população, o SAC irá ser testado com uma equipa clínica no Centro de Saúde Fernão de Magalhães, através do recurso a trabalho suplementar. Esta opção enquadra-se na contratação coletiva. O esforço solicitado a cada médico e enfermeiro de família da ULS de Coimbra implica um fim-de semana por ano, com um impacto mínimo na atividade regular das unidades de cuidados de saúde primários: um dia por ano. Nesta fase serão testados sistemas de informação, instalações, rede logística de análises clínicas e fluxo de doentes.
O Conselho de Administração da ULS de Coimbra está ciente da greve convocada pelo Sindicato dos Médicos da Zona Centro à realização de trabalho suplementar. A adesão a esta greve comprometerá o regular funcionamento do SAC de Coimbra.
O Conselho de Administração diz que “valoriza o direito à greve e a opinião dos seus trabalhadores e acredita que o direito à greve será exercido em consciência e considerando a mais-valia oferecida à população e o esforço solicitado a cada um dos profissionais”.
Pelos motivos enunciados anteriormente, o Conselho de Administração da ULS de Coimbra mantém a intenção de abrir este serviço em benefício da população do Concelho de Coimbra.
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