Imagine-se uma qualquer outra situação no país (terrorismo, atentado, acidente…) que causasse 80 mortes e 79 feridos graves. Seria um escândalo a criar pânico generalizado e a impor medidas imediatas a nível interministerial”.
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É com base nesta premissa que Fátima Ramos encabeça um conjunto de deputados Social Democratas que pretendem saber qual o número de mortes anualmente ocorridas com tratores agrícolas nos últimos três anos em Portugal, qual a principal causa e tipo de acidente destes sinistros, se existem estudos sobre as incapacidades permanentes provocadas nos últimos três anos devido a estes acidentes e que medidas pensa o governo tomar para reduzir o número de vítimas com tratores.
As perguntas, lançadas ao Primeiro-ministro e Ministros da Saúde, Administração Interna, Trabalho e Economia, partem de um principio de que “a segurança das pessoas, rodoviária e no trabalho, deve constituir uma forte preocupação por parte do Estado e da Sociedade”.
Segundo os Deputados do PSD “tendo em consideração o número de vitimas mortais resultante da sinistralidade rodoviária e laboral (…) é expectável que o combate à sinistralidade seja considerada uma prioridade para o governo”, que deve ter uma estratégia para reduzir de forma significativa “o número de mortes e salvaguarda de vidas humanas”.
Segundo a pergunta lançada, no caso dos tratores, as principais vítimas são os próprios tratoristas que, em comparação com os condutores de veículos ligeiros, têm uma probabilidade oito vezes maior de morrer.
“Dois em cada três capotamentos são mortais”, alerta Fátima Ramos, recordando que segundo várias opiniões “muitos destes acidentes poderiam ser evitados se os tratores estivessem equipados com sistemas de proteção”.
A Guarda Nacional Republicana, segundo dados divulgados recentemente, registou, no primeiro semestre de 2015, 91 acidentes com tratores agrícolas que provocaram 27 mortos e 27 feridos graves, sendo que o distrito com mais acidentes foi o de Viseu, seguido por Leiria e Castelo Branco. Pelos dados conhecidos de 2014, existiram 210 acidentes que originaram 80 mortos e 79 feridos graves.
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Fátima Ramos, acompanhada por António Silva, Miguel Santos, Maurício Marques, Margarida Mano, Mercês Borges e Odete Silva, entende que o número elevado de acidentes e de vitimas mortais obriga a uma grande reflexão sobre o tema que traga a adoção de medidas que efetivamente reduzam esta mortalidade.
Para os deputados do PSD, “o facto de serem na sua maioria trabalhadores do sector agro-florestal não pode justificar um cobarde silêncio sobre as suas vidas. O mundo rural deve ser fonte de vida e não um potencial cemitério para os trabalhadores. São portugueses mortos ou feridos em acidentes que poderiam ter sido evitados com adequadas medidas de proteção e prevenção.”
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