Chama-se Henrique Pereira, ou Riicky Odissey, para quem o conhece a partir das redes sociais. Saiu de Silvares, em Guimarães, a 5 de outubro de 2023 para percorrer a Europa…imagine-se a pé!
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Certo é que já percorreu 5330 quilómetros, visitou oito países, 28 grandes cidades e até já teve uma audiência com o Papa, no Vaticano. Esta quarta-feira, 31 de julho, celebra o 32º aniversário, sozinho em Ljubljana, a caminho da Croácia.
Quando saiu da sua zona de conforto poucos acreditavam nele. “Volta à Europa a pé, não acredito, daqui a uns dias está de volta a casa”, diziam alguns amigos.
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Passados 10 meses e com mais de cinco mil quilómetros nos pés, sem nunca usar meios de transporte, a sua determinação já não está em dúvida. “As únicas rodas envolvidas nesta viagem são as do carrinho onde levo as minhas coisas, mas sou eu que o empurro”, brinca o viajante.
Quem também não acreditou muito no projeto foram os patrocinadores e as entidades oficiais. Henrique Pereira tem esperança que com o acumular dos quilómetros os apoios possam chegar. “Sou um embaixador de Guimarães de Portugal, em todos os locais por onde passo e com todas as pessoas com quem falo e já foram milhares”, refere ao Jornal de Notícias. “O Município disse-me que um subsídio só poderia chegar através de uma associação ou um clube, porém, isto é uma iniciativa individual”, lamenta.
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No dia 19 de junho, esteve numa audiência com o Papa. Um momento importante para um homem de fé, que se propõe fazer uma viagem de 28 mil quilómetros a pé. Entretanto, já visitou San Marino e Veneza, antes de chegar à fronteira com a Eslovénia, na passada sexta-feira. O primeiro dia no país foi um daqueles que Henrique Pereira não vai esquecer. “Fui acolhido em casa do Renato e da Anitta que, além de me darem uma cama para dormir, ainda fizeram questão de me oferecer um belo pequeno almoço”, conta.
Com um orçamento muito limitado, na maioria das noites, Riicky monta a sua pequena tenda num terreno baldio, num parque ou na floresta. A eletricidade vem de um painel solar e, na maior parte das vezes, não faz refeições quentes. Tudo o que precisa é transportado num carrinho que vai empurrando enquanto caminha, “quanto mais coisas levar, mais peso tenho que empurrar”, indica.
O vimaranense já escreveu ao Presidente da República, ao Governo, à Câmara Municipal e a algumas grandes empresas portuguesas, mas continua sem nenhum apoio, além dos 250 euros que lhe deu a Junta de Freguesia de Silvares, quando partiu. No dia em que completa 32 anos, o presente que pede são “ajudas para continuar”.
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