Opinião
Horóscopo
Esta semana, se é Leão, poderá ter várias ideias para novos objetivos que deseja desenvolver ou, ainda, sentir que outras pessoas poderão estar a reparar em si. Dará mais atenção à sua aparência, e poderá comprar roupa nova ou mudar de penteado. Com Marte em Gémeos, talvez esteja mais ocupada com as saídas sociais e poderá estabelecer relações com amigos. Pode sentir uma certa tensão relacionada com uma amizade que terá de resolver, ou poderá estabelecer novas colaborações no trabalho.
Eu leio o horóscopo como um vício infantil. Quase que “acredito” no que dizem, mas na maioria das vezes, o mais engraçado é falar com os astros que dizem que preveem o futuro. Aliás, a previsão pode ser um alento para os dias ociosos. É bom acreditar em algo que não interfira na vida de ninguém, porque as minhas buscas têm sido sobre um autoconhecimento que está disponível, desde que não leiam o horóscopo.
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Sou uma cidadã de bem, sigo as regras, e alegro-me com a possibilidade de fazer algo pela primeira vez. Já me sinto como uma fruta madura a experimentar territórios e geografias apenas porque eu escolho usar os sentidos. Faz um ano que estou a ler um livro, “O Infinito no Junco” da escritora espanhola e premiada, Irene Vallejo. É a primeira vez que isso me acontece, quero que se perpetue, como um filme que não sai de cartaz ou como um top das músicas dos anos 80.
Passam das sete horas da noite, e imagino as tortas de maçã que ainda estão nas vitrines dos cafés e as árvores que não fazem sombra. Ver apenas o lado bom pode ser um hábito desinteressante. Quando se tem coragem de assumir que se é vulnerável parece mais fácil dizer que o horóscopo combina com a bola de cristal nos dias nostálgicos.
Viver uma aventura, num céu de agosto, que traz as memórias de outros dias em que comemos e bebemos como se a existência fosse eterna.
É provável que eu fale de coisas que não sei, que tenha umas ideias desonestas, que a minha ficha técnica seja uma ilusão e que as pessoas me vejam como um objeto de decoração. Pertenço ao grupo dos que dizem que não leem o horóscopo, mas leem, porque espero, sempre, que ele me diga, ao menos, que haverá um dia em que vou falhar. O horóscopo é um diálogo com o alter-ego, que nos estimula a subir a montanha.
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