Opinião
Quadratura do círculo no Estádio de Coimbra
A eventual cedência, em novos moldes, da gestão do Estádio Cidade de Coimbra à AAC/OAF vai ser sujeita, segunda-feira (22), a análise por parte da Câmara Municipal.
Um acordo de utilização, outorgado em 2004 e renovado pela última vez em 2019, expira a 30 de Julho, sendo que, há um ano, a autarquia deliberou não o prorrogar.
Agora, a hipotética celebração de um contrato-programa de desenvolvimento desportivo poderá abrir caminho a novo entendimento entre as duas instituições, demarcando-se a autarquia parcialmente do entendimento perfilhado em 2023.
A avaliar por recentes notícias, a Câmara defende que a receita a auferir pelo Organismo Autónomo de Futebol da AAC não se destine a financiamento inerente ao futebol profissional. Acontece que a AAC/OAF é a única proprietária da Académica – SDUQ (sociedade criada, há uma década, para disputa de competições profissionais do desporto-rei).
A quadratura do círculo com que o episódio brinda os conimbricenses possui três dimensões: já lá vai o tempo em que a Briosa – mais do que um clube – era uma causa; por outro lado, empalideceu o “elefante branco” concebido por Carlos Encarnação para o Calhabé; por fim, o presidente da autarquia, José Manuel Silva, não é Albert Einstein.
Talvez não tenha sido Einstein a advertir que “insanidade consiste em repetir os mesmos erros e esperar resultados diferentes”, mas também não é preciso ser um génio para concluir que, podendo correr mal, a coisa não vai correr bem.
OPINIÃO I RUI AVELAR – JORNALISTA
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