Crimes
“Não peguei na criança. Só lhe toquei para a afastar de mim”. Pena de prisão “relativamente indeterminada” para homem que tentou raptar
O Tribunal da Feira condenou hoje a uma pena “relativamente indeterminada” entre quatro e 12 anos de prisão um homem por ter tentado raptar uma criança de quatro anos em Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro.
O coletivo de juízes deu como provado o crime de rapto qualificado na forma tentada de que o homem de 62 anos estava acusado, condenando-o a seis anos de prisão, convertidos numa pena de prisão “relativamente indeterminada” que pode ir de quatro a 12 anos.
Este tipo de pena pode ser aplicado a arguidos com pelo menos duas condenações em prisão efetiva e que revelem uma acentuada inclinação para o crime.
Os factos ocorreram no dia 8 agosto de 2023, pelas 00:30, no local onde decorriam as festas em honra de Nossa Senhora de La Salete, em Oliveira de Azeméis.
Durante o julgamento, o arguido, que se encontra em prisão preventiva, negou o crime, afirmando ter sido abordado por uma criança que lhe puxou a camisola e disse algo que lhe pareceu ser “uma moeda”.
“Eu disse que não tinha moedas e empurrei-a. Não peguei na criança. Só lhe toquei para a afastar de mim e segui o meu caminho”, afirmou.
Segundo a acusação do Ministério Público, o arguido viu a criança de quatro anos a brincar, junto à barraca dos pais, e chamou-a para junto de si, tendo depois oferecido um euro ao menino para o acompanhar até casa, no sentido manter contactos sexuais com ele.
Nessa altura, o arguido foi intercetado por uma mulher que o impediu de seguir os seus intentos, levando a criança para junto dos pais.
O arguido já foi condenado por crimes de ofensa à integridade física simples, abuso sexual de crianças, importunação sexual, detenção de arma proibida e violação agravado, tendo cumprido penas de prisão por longos períodos.
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