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Orcas ibéricas partem lemes dos barcos por brincadeira ou socialização!

Notícias de Coimbra | 6 meses atrás em 29-05-2024

Restam apenas cerca de 40 orcas ibéricas e os seus ataques contra os lemes dos navios, cada vez mais frequentes e intensos, não são uma agressão, mas uma ‘brincadeira violenta’, defendeu hoje a bióloga marinha Naomi Rose.

“Desde maio de 2020, houve pelo menos 673 interações documentadas entre estas orcas, que são os predadores oceânicos mais poderosos, e os barcos”, realçou Naomi Rose, do Instituto de Bem-Estar Animal.

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“Mas esse comportamento tem mais em comum com brincadeiras violentas do que com agressão”, defendeu a cientista, em entrevista à agência Efe.

Naomi Rose sublinhou que, depois de partirem o leme, as orcas brincam com os pedaços e vão embora.

“Em todo este período só provocaram o naufrágio de sete embarcações”, salientou.

Na maioria dos incidentes documentados ao largo de Portugal e Espanha, um grupo de orcas atingiu os lemes de pequenas embarcações e depois fugiu em alta velocidade.

Não há relatos de ataques de baleias contra pessoas a bordo dos barcos.

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“As orcas, que são uma população marinha criticamente ameaçada, são muito inteligentes. Se quisessem afundar o barco, faziam-no, mas o objetivo parece ser acertar no leme e apenas em 20% dos incidentes danificaram o navio, impossibilitando-o de navegar”, realçou.

Esta foi também a conclusão dos especialistas reunidos em Madrid para o ‘workshop’ patrocinado pela Comissão Baleeira Internacional e pelos governos de Espanha e Portugal.

O comportamento das orcas ibéricas surge associado à brincadeira ou à socialização, “talvez estimulado pela abundância e aumento recente das presas, que reduz o tempo necessário para a captura de alimento e pela redução das interações negativas com a pesca”, pode ler-se no relatório do ‘workshop’.

Rose ressalvou que durante anos os velejadores utilizaram diferentes métodos para repelir as orcas ibéricas, incluindo ações ilegais como lançar fogos-de-artifício, derramar gasolina na água ou pequenos explosivos.

Entre as medidas que são legais porque não prejudicam as orcas e podem dissuadi-las, a bióloga apontou a modificação dos lemes “de uma forma que não afete a navegação mas torne o leme menos divertido e menos atrativo”, e a colocação de cordas ao redor do navio.

“Por alguma razão, não sabemos qual, as orcas não gostam de linhas verticais na água”, acrescentou.

Outra medida é a comunicação em tempo real aos barcos sobre a localização dos grupos de orcas, estimando-se que existam cinco nesta população cujo habitat vai desde o Estreito de Gibraltar até às águas ao largo da Galiza.

A subpopulação ibérica de orcas é caracterizada por uma cabeça arredondada, uma camada dorsal preta com pouco contraste e alimenta-se principalmente de atum rabilho.

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