Desporto
Conimbricense Sérgio Conceição é o terceiro treinador a vencer quatro finais da Taça de Portugal
Sérgio Conceição tornou-se hoje o terceiro treinador a arrebatar a final da Taça de Portugal de futebol por quatro ocasiões, após Otto Glória e José Maria Pedroto, com triunfos em 2019/20, 2021/22, 2022/23 e 2023/24 pelo FC Porto.
No Estádio Nacional, em Oeiras, os ‘dragões’ bateram com reviravolta o recém-campeão nacional Sporting (2-1, após prolongamento) no duelo decisivo da 84.ª edição da prova e conquistaram o troféu pela 20.ª vez, e quarta nas últimas cinco épocas, todas sob alçada do antigo avançado internacional português, que se impôs pelo terceiro ano consecutivo.
Com a quarta vitória em seis presenças na final, Sérgio Conceição, de 49 anos, alcançou os recordistas Otto Glória e José Maria Pedroto entre os treinadores mais bem-sucedidos na Taça de Portugal, tornando-se ainda o mais laureado por um só clube português, com 11 troféus, ao superar Jorge Jesus, que totalizou 10 à frente do Benfica, de 2009 a 2015.
O brasileiro Otto Glória foi o primeiro a chegar aos quatro triunfos na segunda prova mais importante do futebol nacional, ao juntar três no comando do Benfica (1954/55, 1956/57 e 1968/69), que é o atual recordista de êxitos, com 26, e um pelo Belenenses, em 1959/60.
José Maria Pedroto reeditou essa proeza entre FC Porto (1967/68 e 1976/77) e Boavista (1974/75 e 1975/76), com a particularidade de ter participado igualmente no arranque do percurso vitorioso dos ‘dragões’ em 1983/84, época na qual viria a dar lugar no banco ao então adjunto António Morais, devido a uma doença prolongada, que o vitimou, em 1985.
Ao contrário dos dois antigos selecionadores nacionais, Sérgio Conceição venceu quatro finais da Taça de Portugal por um só clube, três das quais seguidas – marca que só tinha sido lograda até hoje pelo já falecido ‘Zé do Boné’, figura na revitalização ‘azul e branca’.
O êxito ante o Sporting permitiu dilatar o recorde absoluto vigente de 21 triunfos seguidos do FC Porto na prova e evitar uma inédita temporada em ‘branco’ do recordista de jogos (379), vitórias (274) e troféus (11) no comando dos ‘dragões’, que orienta desde 2017/18.
Três títulos de campeão nacional, quatro Taças de Portugal, três Supertaças Cândido de Oliveira e uma Taça da Liga constam do palmarés de Sérgio Conceição, que selou ainda duas ‘dobradinhas’ (2019/20 e 2021/22) e um ‘triplete’ (2022) como técnico dos ‘dragões’.
Em finais da Taça de Portugal, juntou os êxitos sobre Benfica (2-1, em 2019/20), Tondela (3-1, em 2021/22), Sporting de Braga (2-0, em 2022/23) e Sporting, frente ao qual tinha perdido nas grandes penalidades (4-5, após 2-2 no final do prolongamento, em 2018/19).
O desempate da marca dos 11 metros já tinha frustrado a estreia do treinador natural de Coimbra em decisões da prova, em 2014/15, quando o Sporting de Braga vacilou com os ‘verde e brancos’ (1-3), após ter desperdiçado uma vantagem de dois golos a alinhar em superioridade numérica, deixando-se empatar perto do fim do tempo regulamentar (2-2).
Cinco desses seis jogos foram disputados no Jamor, local habitual das finais da Taça de Portugal, ao contrário de 2019/20, na primeira de duas partidas realizadas em Coimbra e sem público nas bancadas, por causa das restrições ditadas pela pandemia de covid-19.
O antigo treinador de Olhanense, Académica, Sporting de Braga, Vitória de Guimarães e dos franceses do Nantes conquistou todos os títulos da sua carreira nos bancos pelo FC Porto, clube no qual se formou como futebolista e acumulou duas passagens pela equipa principal (1996-1998 e 2004), logrando três campeonatos (1996/97, 1997/98 e 2003/04) – dois durante o inédito ‘penta’ -, uma Taça de Portugal (1997/98) e uma Supertaça (1996).
Na véspera de esclarecer o seu futuro com o novo presidente portista, André Villas-Boas, Sérgio Conceição dedicou a conquista da Taça de Portugal a Pinto da Costa, que sai da SAD na terça-feira, após ter culminado um ‘reinado’ de 42 anos e 15 mandatos no clube.
O técnico com maior longevidade nessa ‘era’ presidencial está vinculado por mais quatro anos, até 2028, tendo prolongado contrato pela última vez em 25 de abril, a dois dias da histórica derrota de Pinto da Costa nas eleições mais disputadas de sempre do FC Porto.
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