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Investigadores estabelecem perfis bioquímicos em estádios iniciais de Alzheimer
Uma equipa de investigação internacional, liderada pela Universidade de Lisboa (UL) e pela Universidade de Coimbra (UC), conduziu um estudo para melhor compreender os perfis bioquímicos de doentes diagnosticados com défice cognitivo ligeiro com marcadores de Alzheimer (DCL-DA).
Neste âmbito, os cientistas conseguiram identificar dois subgrupos distintos da doença, descoberta que acreditam ter a possibilidade de contribuir para melhorar os ensaios clínicos, fundamentais para o conhecimento e tratamento desta patologia ainda sem cura.
Com o aumento da esperança média de vida, o número de pessoas afetadas pela doença de Alzheimer tem vindo a aumentar em todo o mundo, sendo esta patologia a causa mais comum de demência.
Tratando-se de uma doença sem causa conhecida (sabe-se apenas que existem vários fatores de risco), as comunidades médicas e científicas têm-se dedicado à descoberta de respostas sobre a sua origem e à identificação de novos e melhores tratamentos, nomeadamente através de ensaios clínicos que ajudam a perceber a manifestação da doença, a sua progressão e impactos.
No entanto, “não têm existido soluções abrangentes provenientes dos ensaios clínicos na última década, o que poderá ter como possível origem o facto de estarmos perante uma população de doentes considerados homogéneos, quando bioquimicamente são heterogéneos, como provado neste nosso estudo”, explica o investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC
(CNC-UC) e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CiBB) e um dos autores do
estudo, Bruno Manadas.
Neste artigo científico – intitulado Pathophysiological subtypes of mild cognitive impairment due to
Alzheimer’s disease identified by CSF proteomics e publicado na revista Translational Neurodegeneration – os investigadores conseguiram, então, mostrar “a presença de subgrupos bioquímicos dentro de um grupo clínico bem definido de indivíduos com défice cognitivo ligeiro com biomarcadores de Alzheimer, o que pode apontar eventualmente para a existência de diferentes mecanismos de origem e progressão da doença”, avança Bruno Manadas.
Este estudo contou com a colaboração de pacientes nacionais (68) e internacionais (194), num total
de 262 participantes.
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