Opinião
Liberdade, Liberdade, Liberdade
Cinquenta anos separam Portugal da página mais cruel da sua História. O regime ditatorial ceifou a esperança dos portugueses e adiou o sonho comum de viverem sem medo.
Na madrugada de uma quinta-feira de abril, há 50 anos, uma canção, “Grândola, Vila Morena”, de José Afonso, indicava que nas próximas horas Portugal nunca mais seria o mesmo, ainda que a vitória só viesse com a exaustão:
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(…) “Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, Vila Morena
Terra da fraternidade”
Os pássaros, agora libertos, alçam voos no céu de abril e o povo português sorri em liberdade. O “jardim de cravos” reacendeu a liberdade nos olhos, nas mãos e na voz rouca daqueles que declararam a revolução mais importante e salutar, a que ficaria na memória de outras gerações.
Desde 1974, passou meio século de esperança, e vemos hoje, que a opinião individual é respeitada, mesmo em divergência, as ruas enchem-se para serem o palco do debate de ideias e ações de Paz, Cultura e Educação. E ninguém é impedido de exigir que a democracia seja soberana e que a Política Social dê condições básicas aos cidadãos.
A ameaça do autoritarismo global é o que nos tira o sono, mas, o combate com consciência livre e democrática é a força que precisamos para não cedermos ao fascismo.
Quem conhece a História antes do 25 de abril de 1974 é incapaz de defendê-la. Os heróis da revolução sabem o que é não viver em liberdade – é uma luta incessante para respirar, e manter o propósito da Revolução dos Cravos: a democracia.
OPINIÃO | ANGEL MACHADO – JORNALISTA
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