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“Estou arrependido e peço desculpa”. Atirador de Cernache chora em tribunal
O empresário de 57 anos, que no dia 1 de maio de 2023 tentou matar quatro pessoas à porta de uma oficina em Cernache (Coimbra), mostrou-se esta terça-feira arrependido dos atos cometidos naquele dia.
Com as lágrimas a escorrer pela face, o arguido não consegue encontrar explicações para ter disparado contra a ex-mulher, um casal e um homem.
Nas declarações prestadas, o serralheiro civil lembra-se apenas de ter estado a almoçar com colegas de caça onde ingeriu cerveja, vinho e vários copos de uma bebida licorosa.
Do pouco que se lembra daquele dia, o arguido referiu que terá sido obrigado pelos amigos a voltar para casa. A pressão e teimosia, como reconheceu, levou-o a pegar na carrinha que conduzia e a viajar em alta velocidade até às instalações da oficina.
Aqui, e ao ver os portões abertos, decidiu entrar tendo ficado na altura a saber que a ex-mulher e restantes elementos da direção da associação desportiva com sede em Coimbra estiveram reunidos durante a tarde naquelas instalações.
No pouco tempo em que ali esteve inicialmente, e segundo uma reconstituição que fez depois de ver as imagens de vídeovigilância, terá ido à zona da cozinha onde decorria um lanche, tendo depois saído em direção à sua casa.
Aqui, pegou numa das armas que tinha guardado num cofre, e dirigiu-se de novo à empresa onde já no exterior disparou contra as vítimas.
Desde a primeira entrada na oficina até ao momento em que vê a ex-mulher no chão, o arguido não se recorda de nada. “Não me consigo lembrar de nada”, afirmou.
Depois, e sempre recorrendo a informações que foi recolhendo ao longo destes meses, regressou a casa e escreveu um bilhete, cuja mensagem não consegue decifrar, e onde tentou colocar fim à sua vida.
É, nesta altura, que volta a lembrar-se daquele dia devido aos gritos da filha e à chamada telefónica para o INEM.
Questionado sobre a possibilidade de ter tido algum ataque de ciúmes ou de desconfiar de uma possível infidelidade da ex-mulher, o serralheiro civil que está no Estabelecimento Prisional de Aveiro disse que sempre se deu bem ela.
A vítima era, mesmo, a responsável pela contabilidade da empresa que o casal tinha na freguesia de Cernache, às portas de Coimbra.
Na sessão desta manhã, a ex-mulher – que nunca olhou para o seu companheiro – recusou-se a prestar declarações. Já uma das vítimas confirmou os factos que constam na acusação, lembrando o momento de terror que viveu naquele fim de tarde.
Antes da interrupção para o almoço, o arguido pediu mais uma vez desculpa a esta vítima, esperando “continuar a ser seu amigo” mesmo depois do que aconteceu no dia 1 de maio de 2023.
Veja o Direto Notícias de Coimbra com o resumo da sessão desta terça-feira
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