MOBILIDADE
Coimbra ainda não tem dinheiro para avançar com elevador nas Escadas Monumentais
A Câmara de Coimbra vai avançar com uma candidatura para construir um elevador junto às escadas monumentais, orçado em 1,8 milhões de euros, para compensar o facto de o ‘metrobus’ não ir até ao Polo I da Universidade de Coimbra.
A Câmara de Coimbra conta já com um parecer favorável da antiga Direção Regional de Cultura do Centro (DRRC), depois de um primeiro parecer negativo, para avançar com a construção de um elevador junto às escadas monumentais, afirmou à agência Lusa a vereadora com a pasta da mobilidade e urbanismo do município, Ana Bastos.
Segundo a responsável, o município vai submeter candidatura ao quadro comunitário PT2030, estando a sua execução dependente da aprovação ou não de financiamento, já que o projeto tem um investimento estimado de 1,8 milhões de euros.
Para Ana Bastos, esta é uma forma de mitigar a não ida do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) até ao Polo 1 da Universidade de Coimbra, assegurando um meio mecânico que facilite a deslocação entre a Praça da República e a Alta universitária.
“O elevador será um projeto complexo, que exige escavação. Há um átrio de entrada [na base das monumentais] que é subterrâneo e a torre será pouco visível e intrusiva, visto que estamos a falar numa zona classificada pela Unesco”, salientou.
A intenção do município seria a de ter o elevador pronto aquando do arranque da Linha do Hospital do SMM (que só deverá estar a funcionar no final de 2025), mas Ana Bastos admitiu que os prazos estarão dependentes da rapidez com que o financiamento possa ser atribuído.
Anteriormente, estava previsto no projeto de execução do SMM, no âmbito da Linha do Hospital, a criação da “Navete”, um serviço de miniautocarros que asseguraria a circulação entre a Praça da República (que é servida pelo SMM) e a Alta universitária.
“Essa solução tende a não funcionar, porque seria mais um transbordo. Era um circuito moroso, complexo e que não seria cativante. A Navete teria ainda outro problema que seria mandar abaixo três plátanos de grande porte na avenida Sá da Bandeira e essa possibilidade contribuiu para a sua não concretização”, explicou à Lusa Ana Bastos.
A 28 de março, a Infraestruturas de Portugal (IP) celebrou um ajuste direto no valor de 220 mil euros com a Profico para alterar o projeto de execução do SMM, sistema com autocarros elétricos em via dedicada que irá circular em Coimbra, servindo ainda os concelhos de Lousã e Miranda do Corvo.
No caderno de encargos que a agência Lusa consultou, a IP justifica a necessidade de alteração do projeto de execução, após interações com a Câmara de Coimbra.
Uma das alterações no projeto de execução do SMM será a supressão da Navete na Linha do Hospital (onde haverá também alterações ao nível da segurança rodoviária), estando ainda previstas alterações ao projeto na empreitada do troço entre a Portagem e Coimbra-B, para enquadrar soluções urbanísticas distintas da inicial, nomeadamente a pedonalização da avenida Aeminium.
“Não há quaisquer alterações ao canal [do SMM]”, vincou Ana Bastos, salientando que, sobretudo, as mudanças estão relacionadas com arranjos urbanísticos, dando o exemplo do fim da rotunda junto à ponte-açude (que deixa de ser necessária com a pedonalização da avenida Aeminium).
Em 2021, quando Coimbra era governada pelo PS, A Câmara aprovou, com votos contra do PSD e do movimento Somos Coimbra, a abertura de um concurso público para a construção de uma torre de elevadores verticais na encosta lateral direita das Escadas Monumentais.
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