Autárquicas
Tiro ao Público-Alvo na Feira Popular
Início da Feira Popular de Santa Clara, na outra parte de Coimbra que não é reconhecida pela UNESCO, marcado por protestos de feirantes e visitantes. O assunto só pode ser sério, pois estamos a falar dos profissionais de diversões que recentemente foram recebidos pelo Presidente do Parlamento Europeu.
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Notícias de Coimbra apurou que os empresários não gostaram de ser a parte do cartaz que não tem oportunidades de negócio idênticas às de outras realizações. Quanto aos cidadãos e eleitores, o público tem sempre razão.
De acordo com testemunha oculares, o que se passou foi isto: A Junta de Freguesia de Santa optou por “só vender” 2 em 1 a quem queria apenas 1. Nós explicamos: Estava anunciado que havia dois tipos de ingressos. O mais barato, no valor de 1,5, dá acesso à Feira Popular. Outro, mais caro, que custa 5 Euros, permite entrada na da zona Feira Popular e no Festival de Verão, cujas áreas estão separadas por um tapute que tapa a vista mas evita a mistura de sons, cheiros e sabores.
Como a venda antecipada de bilhetes para o Festival de Verão correu bastante ainda pior do que quem percebe disto pensava, a organização tentou fazer uma chico espertice jogada de “marketing brejeiro”. Resolveu inventar que não havia bilhetes de 1,50, para obrigar as famílias a comprar o de 5€. Pretendia obrigar quem só queria Feira Popular a suportar a conta do Festival de Verão.
O objectivo era simples: Tentar convencer quem ia “curtir as músicas dos Dj´s dos carrinhos de choque” a contribuir para o elevado cachet de Tim Royko e Cosmo Klein, artistas que, quando começaram a actuar às 2 da manhã, tinham entre 500 a 600 espectadores em frente ao afamado palco flutuante, que afinal não nada por aí além, o que permite desde logo concluir que foi demasiada areia para quem tem a “camionete” cheia de água.
A “estratégia saloia” foi desmontada por clientes e feirantes. Os primeiros não pretendiam pagar pelo que não queriam consumir, pois não pertenciam ao do target que aprecia house music (mesmo os que apreciam, ninguém paga às 8 da noite o que só servem às duas da manhã), mas são público-alvo do lado popular da feira, daquele que adora passear entre uma fartura da Tânia e uma volta na Casa dos Fantasmas. Os segundos, ao verificarem que estava mau para o negócio, foram investigar, tendo logo apurado o motivo: As pessoas não estava a entrar nas suas áreas devido a este “aumento de 300%” nas entradas para a Feira Popular, o que num orçamento familiar é dinheiro para quem não gosta de o deitar ao rio.
Vamos abster-nos de contar os pormenores picantes, pois errar é humano, sobretudo quando a pressão é alta em ano de eleições, mas a freguesia consumidora conseguiu levar a sua avante, mas para que o povo tivesse direito a entrar pelo preço certo, foi necessária a intervenção policial, bem como um braço de ferro entre Junta de Freguesia e Empresários, que chegaram a interromper a actividade e a ameaçar “levantar ferros”.
Apesar de não existir livro de reclamações, as denúncias motivaram um recuo estratégico da organização, que passou a disponibilizar bilhetes de 1,50 a quem tinha e não tinha adquirido os de 5 Euros. Mais vale tarde do que nunca! Mas foi uma noite perdida para os comerciantes e para as muitas famílias que não quiseram participar neste acto especulativo. Como diria Fernando Mendes, esse guru da comunicação do Preço Certo: Espectáculo, espectáculo, mas os chouriços não entram.
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(Garantimos o seu anonimato como fonte de informação).
Em actualização
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