Crimes
“Golpeado na face com uma caneta afiada”. Mais um guarda agredido por um recluso
Um guarda prisional foi hoje agredido por um recluso no estabelecimento prisional de alta segurança de Monsanto, Lisboa, golpeado na face com uma caneta afiada, adiantou à Lusa fonte sindical, que admite endurecer protestos da classe.
De acordo com o dirigente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) Frederico Morais, a agressão, descrita como “tentativa de homicídio” pelo dirigente sindical, aconteceu por volta das 17:00, quando no regresso do pátio um recluso agrediu o guarda prisional que abriu a porta que permitia a entrada e acesso à zona das celas.
O recluso, com cerca de 20 anos de idade, tem um historial de violência contra outros reclusos e guardas prisionais que motivou a sua transferência para o estabelecimento prisional de alta segurança de Monsanto, em Lisboa, a única cadeia no país com nível máximo de segurança.
De acordo com o dirigente sindical, o agressor desferiu dois ou três golpes com uma caneta de plástico derretida por forma a ter uma ponta afiada, atingindo o guarda na face na zona do maxilar, perfurando a boca, estando a vítima numa unidade hospitalar para realizar exames e receber assistência.
Frederico Morais disse ainda desconhecer se o ataque tem alguma motivação pessoal contra o guarda.
“Isto foi uma tentativa de homicídio. Foi gravíssimo o que aconteceu hoje. Se calhar vamos ter que tomar medidas mais radicais, mais graves, e seguir o exemplo dos colegas da Catalunha (Espanha), que têm as cadeias fechadas desde sexta-feira, depois de um recluso ter atacado uma cozinheira”, disse à Lusa.
“Não podemos esperar que morra um guarda para tomar decisões”, concluiu.
A Lusa contactou a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) para obter mais esclarecimentos sobre o segundo ataque a um guarda prisional em dois dias, e aguarda resposta.
Com a agressão de hoje na cadeia de Monsanto, o total de guardas agredidos no interior de estabelecimentos prisionais por reclusos este ano subiu para 12, segundo o balanço do SNCGP.
Na segunda-feira o sindicato denunciou uma agressão no estabelecimento prisional de Coimbra, que motivou também a assistência hospitalar ao guarda atingido a soco na cabeça por um recluso.
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