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Coimbra lidera investigação sobre preferências do local de morte das pessoas
A Universidade de Coimbra (UC) lidera uma investigação que pretende estudar preferências de local de cuidados e de morte de pessoas com doenças avançadas para ajudar a que sejam cumpridas.
“Os estudos vão ser realizados em vários países, entre eles Portugal, onde, até ao momento, não existe uma análise aprofundada sobre as preferências de doentes e a sua concretização”, referiu a UC.
A investigação pretende criar uma classificação internacional para registar os locais de cuidados e de morte, preferidos e reais, e inclui entrevistas a doentes, familiares e outras pessoas relevantes, para compreender quais são as preferências em Portugal e em que medida estão a ser cumpridas.
Com este trabalho, financiado com 1,8 milhões de euros pelo Conselho Europeu de Investigação, os investigadores pretendem “identificar os principais fatores que influenciam as escolhas, tais como fatores relacionados com a doença, o ambiente em que as pessoas vivem ou as motivações pessoais”.
Para Bárbara Gomes, da Faculdade de Medicina da UC e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia, “esta investigação pioneira em Portugal vai permitir uma compreensão mais aprofundada das escolhas no fim de vida, contribuindo para perceber como são cumpridas as vontades individuais e de que forma é possível melhorar o acompanhamento dos doentes e das famílias”.
Em Portugal, participam neste estudo doentes seguidos pelas equipas de cuidados paliativos (pediátrica e de adultos) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e seus familiares, que já começaram a ser entrevistados.
O estudo está a ser conduzido em simultâneo nos Estados Unidos da América, Países Baixos e Uganda.
“Este levantamento será crucial para colmatar lacunas e melhorar as estratégias de cuidados paliativos em linha com as preferências dos doentes e das suas famílias”, destacou Bárbara Gomes.
Segundo a investigadora, o conhecimento sobre a vontade das pessoas e a forma como é ou não respeitada “é absolutamente crucial e requer uma análise aprofundada para que seja possível implementar mais e melhores estratégias de cuidados paliativos”.
“Honrar as preferências das pessoas, independentemente da sua condição de saúde e estatuto social ou económico, é um aspeto crítico para assegurarmos a prestação de cuidados de alta qualidade no fim de vida a todos, diminuindo o sofrimento dos doentes e da sua rede familiar”, sublinhou.
O estudo pretende ainda chamar a atenção para a importância de “as pessoas com necessidades de cuidados paliativos pensarem e expressarem as suas preferências, de colocar os profissionais de saúde a discuti-las com as famílias, e, em conjunto, encontrarem formas de assegurar que mais pessoas veem o seu desejo cumprido”.
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