João Grilo é um dos rostos do Movimento dos Agricultores do Baixo Mondego que junta cerca de meio milhar de manifestantes em Coimbra.
O produtor de arroz, batata, hortícolas e produção de leite luta “há 25 anos pelos interesses desta região”, seguindo as pegadas do pai, Pompeu Grilo.
“Não aguentamos mais”, salienta o empresário agrícola, reforçando as reivindicações que trouxeram quase meio milhar de agricultores do Baixo Mondego para a rua.
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A construção da barragem de Girabolhos, no distrito de Viseu, “está suspensa há vários anos”, refere, sublinhando que uma das reivindicações é a retoma dos trabalhos e a conclusão da obra.
Os agricultores pedem, ainda, a adaptação do programa de rotação de culturas à realidade de cada zona, bem como um plano de remuneração justo da cadeia alimentar, entre outras.
O produtor de 54 anos sublinha o facto de os produtores de milho do Baixo Mondego, que abrange os municípios de Coimbra, Montemor-o-Velho, Soure e Figueira da Foz, estarem obrigados pelo Ministério da Agricultura “a fazer uma segunda cultura” após a colheita daquele cereal de regadio, referindo que as características do solo nos campos banhados pelo Mondego dificultam a sua concretização, numa altura do ano, no outono, em que as terras já estão muito encharcadas.
“Não é fácil ser agricultor”, refere João Grilo, que escolheu esta profissão há 30 anos. “Continuamos por paixão”, adianta o empresário.
Os agricultores concentrados desde quinta-feira na Avenida Fernão de Magalhães estão ainda contra a extinção das Direções Regionais de Agricultura e sua integração nos serviços das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional.
A circulação na Avenida Fernão de Magalhães continua cortada entre a rotunda da rodoviária e a rotunda da Cindazunda nos dois sentidos, sendo apenas possível a circulação para veículos de emergência e de socorro.
Está marcada para às 14:00 uma reunião por videoconferência entre os agricultores do Baixo Mondego e o Gabinete da ministra da Agricultura.
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