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30 anos do Teatrão celebrados em fevereiro com dois espetáculos

Notícias de Coimbra | 11 meses atrás em 01-02-2024

Esta semana, a Oficina Municipal do Teatro (OMT) regressa aos acolhimentos de programação externa com dois espetáculos na Sala Grande.

O primeiro acontece esta quinta-feira, dia 1, às 19:00. “Os Protegidos” é a mais recente criação do teatromosca, companhia do Cacém, e parte de um texto inédito de Elfriede Jelinek, escritora austríaca e vencedora do Prémio Nobel da Literatura em 2004. Depois, no sábado, dia 3, a OMT acolhe os viseenses da ArDemente com o espetáculo “O Navio Night“, que tem por base o livro Le Navire Night de Marguerite Duras, uma das grandes autoras feministas do séc. XX.

“Os Protegidos” é um espetáculo que centra a sua temática em dois eixos. Por um lado, procura trazer a palco a situação de refugiados que fogem da sua pátria em busca de uma vida melhor e que, por estarem presos num limbo entre a lei, a democracia e a burocracia, ficam sujeitos a situações em que se tornam cidadãos de segunda classe, sem direitos básicos como habitação, água ou comida.

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O texto de Elfriede Jelinek parte de um acontecimento real na Áustria, em 2012, que evidenciou este problema quando um grupo de uma centena de refugiados de várias origens se viram na obrigação de se manifestar por melhores condições de vida, numa altura em que o Estado não lhes deu qualquer resposta e os deixou ao abandono. Por outro lado, o texto da Nobel austríaca também explora a forma como a história da Humanidade se repete, tentando perceber se estamos condenados a este ciclo sem fim ou se há um caminho alternativo e a forma como os mais poderosos se aproveitam destes mecanismos para seu ganho – sendo este o segundo eixo temático que o espetáculo do teatromosca explora.

A tradução do texto é assinada por Anabela Mendes, que assume, igualmente, o papel de dramaturgista neste projeto, com encenação de Pedro Alves e banda sonora original pela violinista Maria da Rocha.

“O Navio Night” dá-nos a conhecer, uma história sobre linguagem, imagens, escuridão, desejo e a construção da identidade do corpo e da voz. No centro do espetáculo, está uma exploração da alteridade – ou a ideia de que a existência do indivíduo só é permitida mediante um contacto com o outro. Nesta procura, cinco intérpretes repartem entre si as duas personagens – F. e J.M. – que assumem a linha principal da dramaturgia de “O Navio Night”, trazendo as suas vivências pessoais para a construção destas personagens.

Em palco, estas duas figuras vão-se conhecendo sem nunca se verem. Neste espaço em que nunca convivem presencialmente ou conhecem a aparência que uma e outra têm, a ArDemente propõe uma exploração da liberdade para a pessoa ser quem verdadeiramente é, sem barreiras. “O Navio Night” entra em cena no dia 3 de fevereiro às 21:30, na OMT.

Os bilhetes para os espetáculos estão disponíveis para compra na OMT ou na Ticketline.

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