Economia

Portugal “não se pode acomodar a ver sair os seus licenciados” alerta Vasco de Mello

Notícias de Coimbra com Lusa | 11 meses atrás em 23-01-2024

Imagem: Foto de Arquivo

O presidente da Associação Business Roundtable Portugal (BRP), Vasco de Mello, afirmou hoje que o pais não se pode acomodar a ver sair cerca de 40% dos licenciados, defendendo uma aposta ambiciosa no crescimento económico.

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“Não nos podemos acomodar a uma situação em que 40% dos nossos licenciados vão para o exterior”, afirmou Vasco de Mello, sublinhando a necessidade de apostar no crescimento económico e em ganhar escala, como formas de inverter esta situação.

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Vasco de Mello falava na sessão de lançamento da plataforma “comparar para crescer”, da Associação Business Roundtable Portugal (BRP), em parceria com a KPMG e com a colaboração da Informa DB, um projeto que sistematiza um conjunto de indicadores que permitem verificar a evolução e posição competitiva de Portugal em diversas dimensões, face a outros países.

O salto nas qualificações dos portugueses observado ao longo dos últimos anos é um dos pontos positivos, em que Portugal compete bem com outros países, e que foi salientado hoje pelos diversos intervenientes na sessão de lançamento daquela plataforma que, no entanto, apontaram também a incapacidade que o país tem tido em travar estas saídas ou em atrair estas pessoas de volta.

Precisando que nas áreas de ciência, engenharia e matemática, as qualificações dos portugueses estão até já acima da média europeia, Nuno Amado, membro da Direção da BRP, salientou ser necessário criar condições para que as pessoas fiquem no país.

A saída de quadros qualificados para o exterior foi também referida por Vítor Ribeirinho, sócio e presidente executivo da KPMG Portugal, que apontou a necessidade de “qualquer que seja o Governo”, ter de se fazer algo em relação aos jovens, para evitar que saiam do país.

Entre os vários indicadores de comparação que é possível consultar na plataforma, um deles aponta que Portugal ocupava em 2022 o 39.º lugar no ‘World Competitiviness Ranking’, tendo perdido 11 posições face a 2000 e situando-se atrás de países como a República Checa, Estónia ou Espanha.

No mesmo período, segundo os aqueles dados, a economia portuguesa cresceu, em média, cerca de 1% ao ano e o país gerou apenas mais 23% de riqueza acumulada – cerca de metade de Espanha.

“Nas últimas duas décadas, o conjunto dos oito países europeus que em 2000 tinham um PIB per capita próximo do português – Itália, Espanha, Grécia, República Checa, Polónia, Hungria, Eslováquia e Estónia -, cresceu quase três vezes mais”, refere a mesma informação.

Pedro Ginjeira do Nascimento, secretário-geral da BRP, espera que ao evidenciar a posição competitiva portuguesa, a associação possa “incentivar a discussão dos caminhos de diferenciação e crescimento, contribuir para um debate mais centrado nos factos e para um reforço do sentido de urgência para a transformação de Portugal”.

Sublinhando ser “óbvio” que a economia portuguesa precisa de crescer “muito mais” do que o observado nos últimos anos, Vasco de Mello afirmou que é possível inverter a situação de perda de competitividade da economia portuguesa – e com isso ter capacidade de retenção e atração de pessoas qualificadas – sendo que tal exigirá que se cresça uma média de 3,9% ao ano.

“Acreditamos que este é o momento certo para construir um futuro melhor”, afirmou.

Entre os indicadores comparativos que podem ser consultados na plataforma há vários sobre a ‘performance’ da economia, mas também outros sobre a taxa de pobreza, a remuneração média anual dos trabalhadores, a taxa de desemprego jovem, o nível de investimento em investigação e desenvolvimento, a taxa nominal e efetiva do imposto sobre o lucro das empresas (IRC) ou ainda a eficiência do Estado, a qualidade regulatória ou a corrupção.

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