Portugal
É possível emagrecer depois de exagerar nas festas de final de ano? Não há milagres! Mas…
Imagem: Depositphotos.com
Cometeu muitas asneiras à mesa durante o Natal e Ano Novo? O Notícias de Coimbra falou com uma nutricionista e um responsável por um ginásio da cidade para o ajudar a reduzir os quilos a mais ganhos nesse período de duas semanas.
Bolo rei, rabanadas, sonhos, felhozes, broinhas e tronco de natal. Estes são, apenas, alguns dos doces típicos da altura do Natal e do Ano Novo que se tornam uma tentação irresistível. O pior é, mesmo, quando nos colocamos em cima de uma balança.
Desta forma, há quem insista em colocar na lista das resoluções de ano novo uma alimentação e estilo de vida mais saudáveis. De acordo com a nutricionista Maria João Campos, “o problema da alimentação não está entre o Natal e o Ano Novo, mas está entre o Ano Novo e o Natal”.
A especialista em Nutrição Clinica referiu que os profissionais são confrontados com dois tipos de pessoas: “as que já têm muito cuidado com a alimentação ao longo do ano e aquelas que já não têm muitos cuidados alimentares, excesso de peso e obesidade e que, nesta altura, não se conseguem controlar com a acentuada oferta alimentar”.
No primeiro caso, Maria João Campos aconselha a que, no período mais mais curto possível, voltem à alimentação saudável “para conseguir reduzir algum algum do peso ganho durante essas semanas”. A melhor opção, neste caso, é apostar em refeições baixas em calorias, privilegiando o consumo de sopa e algumas infusões e chás “porque são alimentos com baixas calorias e que também têm a componente de nos permitirem aquecer nesta fase muito fria do ano”
Quanto às outras pessoas, a nutricionista aconselha a que procurem ajuda profissional. “Não é para fazer um programa longo de acompanhamento nutricional, mas para ter uma primeira orientação alimentar que lhe permita não só mitigar aquilo que aconteceu durante o Natal e o Ano Novo mas, numa segunda fase, conseguir melhorar a sua alimentação durante o ano todo”.
Uma alimentação baseada numa dieta mediterrânica com 5 a 6 refeições por dia faz parte das recomendações que costuma dar aos seus doentes. Para além disso, também aconselha a uma gestão variada e equilibrada dos vários grupos alimentares associada a uma redução do consumo dos açúcares e das gorduras saturadas e ainda evitar “o consumo de bebidas alcóolicas”.
“Depois, aquilo que a pessoa come ao pequeno almoço, aquilo que almoça, aquilo que janta, se tem que fazer quatro, cinco ou seis refeições, isso são aspetos muito individuais que não devemos generalizar. Até porque cada pessoa tem um trabalho, um horário, uma família diferente e possibilidades económicas diferentes”.
Mas, de forma genérica, a nutricionista defende que as pessoas não devem sair de casa “sem tomar o pequeno almoço e fazer no mínimo 4 a 5 refeições por dia, de forma a conseguir estar com energia e a não iniciar a refeição seguinte com muito apetite”.
Fundamental, também, é a prática de exercício físico. “É algo que deve estar muito presente no nosso estilo de vida”, frisou. Mas Maria João Campos reconhece que “muitas vezes, nesta fase do ano, não é muito fácil começar de forma muito frequente a praticar alguma atividade física”.
A inscrição num ginásio é uma das opções, mas a especialista em Nutrição Clínica defende que quem o faz deve “pensar, de forma muito objetiva, se terão tempo para essa resolução de Ano Novo”. O melhor, de acordo com a nutricionista, é “definir um objetivo exequível para a prática de atividade física”.
“Nesta primeira fase, vou tentar fazer uma caminhada três vezes por semana. É mais interessante em termos de gestão das expetativas do que agora decidir que irá ao ginásio todos os dias ou correr todos os dias”, afirmou Maria João Campos.
Aliás, a nutricionista conimbricense defende que o mês de janeiro deve ser visto como fundamental para a reorganização da vida pessoal. “O melhor é tomar decisões por fases, porque tentar mudar tudo ao mesmo tempo nem sempre corre bem”, frisou.
Caso a decisão passe por fazer a inscrição num ginásio, o responsável do Fitness GYM XXII em Coimbra defende que, pelo menos, nos primeiros meses os treinos devem ser feitos com a presença de um “personal trainer”.
Na prática, e segundo Rúben Neves, os atletas não devem ser autónomos nos exercícios que têm de fazer para, dessa forma, evitar “fazer asneiras”. “Pensam que estão a fazer bem os exercícios e, como tal, é melhor que esses treinos sejam feitos de forma acompanhada”, disse.
Aliás, o responsável defende que os treinos, pelo menos numa fase inicial, “não devem ser muito intensos” para que dessa forma não exista o risco de terem resultados opostos ao pretendido. Fundamental nesta decisão é que quem a toma saiba bem o que está a fazer para, dessa forma, evitar que a resolução de ano novo não termine poucos dias ou meses depois dela ter início.
Caso decidam fazer exercício de forma autónoma, Rúben Neves aconselha a que se iniciem por uma caminhada diária com a duração entre 30 a 45 minutos. “O objetivo é colocar o metabolismo a funcionar”, disse, frisando de seguida que a intensidade da caminhada deve ser progressiva, de forma a que quando chegarem aos 45 minutos seja possível correr durante, pelo menos, 10 minutos.
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