Política
José Luís Carneiro vinca tradição de “abertura a compromissos” e importância de “honrar” Orçamento do Estado
O candidato derrotado à liderança dos socialistas, José Luís Carneiro, defendeu hoje a unidade na pluralidade em torno do novo secretário-geral, acentuando que o PS é “o partido dos compromissos” e deve honrar o Orçamento para 2024.
Estes recados foram transmitidos pelo ministro da Administração Interna na sua intervenção no 24º Congresso Nacional do PS, onde chegou com cerca de 31% dos 1400 delegados eleitos e com uma votação para secretário-geral na ordem dos 37%
José Luís Carneiro procurou acentuar a ideia de que o novo líder, Pedro Nuno Santos, pode contar com a sua candidatura minoritária “numa lógica de pluralidade”, mas também apontou alguns caminhos a seguir por parte do seu partido.
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Para o ministro da Administração Interna, o PS define-se historicamente como “um partido interclassista, popular, capaz de dialogar com todos os setores”.
“Somos o partido da estabilidade, da previsibilidade e do dialogo com todas as forças democráticas. O PS é o grande partido dos compromissos para o progresso” e deve “mobilizar-se para combater os extremismos”, reforçou.
Entre outras tarefas, em relação ao ciclo político que se abrirá no pós-eleições legislativas de 10 de março, José Luís Carneiro apontou que o PS deve “honrar” o Orçamento do Estado para 2024, lembrando que representou “um desagravamento” em sede de IRS de 1700 milhões de euros. O ministro das Finanças, Fernando Medina, apoiou a sua candidatura a secretário-geral do PS.
Ainda em matéria económica, afirmou esperar que Portugal continue com a capacidade de atrair investimento estrangeiro, depois de vários “recordes” alcançados nos últimos anos.
Já em relação à habitação, setor tutelado pela ministra Marina Gonçalves, que apoiou o atual líder, Pedro Nuno Santos, José Luís Carneiro pediu “maior celeridade”, tendo também deixado pistas sobre políticas para a saúde e educação.
Na sua perspetiva, no plano político, o PS “deve ainda liderar” processos para um referendo sobre a regionalização e sobre as reformas do sistema político e da justiça – no caso deste último setor para lhe dar “maior celeridade, transparência e prestação de contas”.
Em matéria de autonomia estratégica, o ministro da Administração Interna não falou diretamente no PCP ou no Bloco de Esquerda, mas invocou o primeiro líder do partido, Mário Soares, e a “luta travadas nas ruas” em defesa de Portugal como um país de liberdade e “satélite do sovietismo” em 1975.
Depois, neste mesmo contexto, classificou o afastamento de Portugal da via “terceiro mundista” e, pelo contrário, a favor da integração europeia, como uma das principais opções feitas pelo seu partido em defesa da sua autonomia estratégica. Realçou, ainda, a tradição do PS em defesa da “Europa livre, da ideia de sociedade livre, pluralista e aberta ao mundo”.
“O PS fez sempre compromissos em defesa da liberdade, da justiça social, da igualdade de oportunidades e no respeito pelas diferenças no quadro democrático. O PS deve ser o grande partido do socialismo democrático e da social-democracia”, acrescentou.
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