Portugal

Presidente da República afirma que 2024 será ano ainda mais decisivo e apela à participação nas eleições

Notícias de Coimbra com Lusa | 12 meses atrás em 01-01-2024

O Presidente da República considera que 2024 será um ano ainda mais decisivo do que 2023 e apelou à participação dos portugueses nos atos eleitorais, salientando que o país será aquilo que os votantes quiserem.

PUBLICIDADE

publicidade

Estas posições foram transmitidas por Marcelo Rebelo de Sousa na sua tradicional mensagem de Ano Novo, numa conjuntura de crise política, com o Governo em gestão e eleições legislativas antecipadas marcadas para 10 de março.

PUBLICIDADE

Na sua sétima mensagem de Ano Novo – em 2021 não fez porque era recandidato nas eleições presidenciais desse ano -, transmitida em direto a partir da Sala das Bicas do Palácio de Belém, em Lisboa, o chefe de Estado fez uma alusão à demissão de António Costa das funções de primeiro-ministro no passado dia 07 de novembro.

“Ficou claro que, depois da legítima decisão pessoal de cessar funções de quem foi o segundo mais longo chefe do Governo em democracia e o mais longo neste século, deveríamos estar todos atentos e motivados para as eleições de março, para percebemos como vai ser o tempo imediato em Portugal, na avaliação como na escolha”, declarou o Presidente da República.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, “2023 acabou com mais desafios e mais difíceis do que aqueles com que havia começado”.

“Mas a democracia nunca tem medo de dar a palavra ao povo e nisso se distingue da ditadura. Portugueses, 2024 irá ser largamente aquilo que os votantes, em democracia, quiserem. Em Portugal, em março; na Europa, em junho; na maior potência do mundo, em novembro; e antes disso, em fevereiro, nos Açores. Um ano, afinal, ainda mais decisivo do que o ano de 2023”, advertiu o chefe de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que todos desejam que este ano possa ser diferente de 2020 e 2021, com a pandemia, de 2022 e 2023 com as guerras”.

“Ou seja, possa ser finalmente de maior esperança no mundo, de maior esperança na Europa, e também por isso de maior esperança entre nós”, completou.

Antes, Marcelo Rebelo de Sousa apontou que em Portugal, no último ano, “ficou claro que contas certas, maior crescimento e emprego, qualificação das pessoas e investimento e exportações são essenciais”.

“Mas ficou também claro que crescimento sem justiça social, isto é, sem redução da pobreza e das desigualdades entre pessoas e territórios, não é sustentável. Ficou claro que efetivo acesso à saúde, à educação, à habitação, à solidariedade social é uma peça chave para que haja justiça social e crescimento. Ficou claro que a Administração Pública e a justiça podem fazer a diferença nestes anos em que dispomos de fundos europeus irrepetíveis e de uso urgente”, acrescentou.

Na mensagem, que durou cerca de sete minutos, o Presidente da República lembrou que em 2024 se assinalam os 50 anos da revolução de 25 Abril que derrubou a ditadura do Estado Novo e que “há meio século, por esta altura, em 01 de janeiro de 1974, final de 1973, em Portugal, as contas já não eram certas, o primeiro choque petrolífero abanava a economia, a situação em África degradava-se rapidamente, e os que emigravam ultrapassavam um milhão”.

“Há meio século, com censura e sem liberdade de organização e ação política, não era possível votar-se livremente, e os que podiam votar eram apenas dois milhões em cerca de dez. E os votados todos de um só partido, que se chamava associação política”, apontou, antes de apelar ao voto nas eleições regionais dos Açores, nas legislativas e nas europeias. 

O chefe de Estado afirmou saber que “o voto não é tudo”, mas realçou que “sem voto não há liberdade nem democracia”.

“Sabemos que todas as democracias, e também a nossa, são inacabadas, imperfeitas, desiguais, deveriam ser menos pobreza, menos injustiça, menos corrupção, menos desilusão dos menos jovens, mais lugar para trabalhar e viver dos mais jovens. O que se espera e exige dos próximos cinquenta anos é muito mais do que aquilo que foi realizado naqueles que em 2024 terminam. Até porque os tempos são e serão sempre mais rápidos, mais exigentes e mais difíceis”, avisou.

Na sua perspetiva, o começo do próximo ciclo de 50 anos de democracia “é hoje, é agora, é já, com a decisão sobre o rumo para os Açores, para Portugal, para a Europa”. 

Na parte inicial da sua mensagem, o Presidente observou que, no ano passado, em 01 de janeiro, advogou que 2023 poderia ser decisivo no mundo, na Europa e em Portugal – “e foi”.

“No mundo, ficou claro que a guerra na Ucrânia está para durar. Ficou ainda claro que um antigo conflito, choque entre dois povos, ambos querendo a mesma terra, se convertia novamente em guerra aberta no Médio Oriente.  Ficou claro que deveríamos estar todos atentos às eleições americanas de novembro, para percebermos como vai ser o tempo imediato no mundo, nas guerras como na economia. Na Europa, ficou claro que o crescimento marca passo – mesmo nas sociedades mais fortes”, indicou.

Em relação a Portugal, “ficou claro que todos devem estar atentos e motivados”.

“Porque votamos nas eleições europeias, para essas eleições, para percebermos como vai ser o tempo imediato na Europa, no medo, como na abertura, e na recuperação económica”, acrescentou.

Related Images:

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE