Portugal
Eixo Atlântico desvaloriza Bruxelas e crê na alta velocidade Porto-Vigo em 2030
O Eixo Atlântico acredita que se poderá circular em comboios de alta velocidade entre a Galiza e Portugal no início da década de 2030, apesar de Bruxelas fixar 2040 para a ligação Porto – Vigo, disse hoje o secretário-geral.
“Em 2030 vamos ter a ligação direta da Galiza com Portugal, entre a Corunha e a fronteira, entre a fronteira e Braga, e vamos poder continuar de Braga para o Porto pela linha atual, e do Porto para Lisboa por alta velocidade”, previu hoje o secretário-geral do Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, Xoan Mao, em declarações à Lusa.
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Para o responsável da instituição que agrega 39 cidades do Norte de Portugal e da Galiza, “essa é a parte positiva”, classificando a manutenção do corredor Porto-Vigo na meta de 2040, por Bruxelas, como “um problema puramente burocrático”.
“O 2040 é uma meta burocrática de Bruxelas. Nós vamos poder apanhar um comboio de qualidade em 2030. O que temos é de monitorizar que isso não se atrase. Isso é o importante, não o que diga Bruxelas”, considerou.
Hoje, a Lusa noticiou que a ferrovia de alta velocidade entre Porto e Vigo tem de estar completada em 2040, segundo um acordo provisório alcançado esta semana entre a presidência espanhola do Conselho Europeu e o Parlamento Europeu, quanto à Rede Transeuropeia de Transportes.
Segundo Xoan Mao, na prática, a meta de 2040 apenas salvaguarda a conclusão do troço entre Braga e Aeroporto Francisco Sá Carneiro até essa data, sendo esperada a conclusão dos restantes troços antes dessa data.
A data de 2040 não corresponde às ambições políticas da Eurorregião Galiza e Norte de Portugal, cujos representantes reiteraram, na terça-feira, ambições relativamente à conclusão do projeto em 2030, ou no início da próxima década.
“O grande projeto estruturante da Eurorregião [Galiza – Norte de Portugal], que é a alta velocidade, é sempre algo que continuará em cima da mesa até ser concretizado. Temos, neste momento, uma meta objetiva, de 2030 ou princípios dos anos 30 para que isso esteja concluído”, disse o presidente da CCDR-Norte, António Cunha, aos jornalistas, em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto), após um pequeno-almoço com empresários das duas regiões.
Na mesma ocasião, o presidente da Xunta da Galiza, Alfonso Rueda, também apontou 2030 como “um compromisso”, e “para ser um compromisso sério, não há nada melhor do que pôr orçamentos, dinheiro, recursos públicos em cima da mesa e fazer as propostas”.
“A perceção é que, desde aqui, de Portugal, se vai fazer. E se se começa e não se interrompe, o ano 2030 parece uma data razoável”, disse o líder galego.
Em 07 de novembro, a Infraestruturas de Portugal (IP) apontou para 2027/2028 o arranque das obras da ligação ferroviária de alta velocidade entre Porto e Vigo, revelando que decorrem já estudos nos dois países.
O vice-presidente da IP, Carlos Fernandes, referiu que a obra “dificilmente estará concluída em 2030”, mas observou que nada obriga a que só fique pronta em 2040, o prazo estipulado pela União Europeia para concluir a “rede alargada do corredor atlântico transfronteiriço”.
Em maio, o Governo espanhol adjudicou a realização de um estudo para a saída sul de Vigo, um troço ferroviário de alta velocidade entre a cidade e Valença, parte da linha projetada que ligará a Galiza ao Porto.
O projeto de alta velocidade Lisboa-Porto, com um custo estimado de cerca de 4,5 mil milhões de euros, prevê uma ligação entre as duas cidades numa hora e 15 minutos, com paragem possível em Leiria, Coimbra, Aveiro e Gaia.
Paralelamente, está também a desenvolver-se a ligação Porto-Vigo, dependente da articulação com Espanha, com nova ligação ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro e troço Braga-Valença (distrito de Viana do Castelo).
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