Política

Rui Moreira defende saída da AMP da associação que gere o Coliseu do Porto

Notícias de Coimbra com Lusa | 11 meses atrás em 18-12-2023

O presidente da Câmara do Porto defendeu hoje que, perante a falta de “vontade política” da Área Metropolitana do Porto em comparticipar as obras do Coliseu, é preferível deixar de ser sócia da associação que gere o equipamento.

“A contribuição que a Área Metropolitana do Porto (AMP) tem dado aos Amigos do Coliseu [associação que gere o equipamento] é zero. Não havendo, de facto, uma vontade política, mais vale não nos incomodarmos uns aos outros”, afirmou Rui Moreira, à margem da reunião privada do executivo municipal.

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Em causa está o recuo de sete dos 17 municípios da AMP em comparticiparem as obras de reabilitação do Coliseu do Porto, cujo apoio tinha sido aprovado por unanimidade das autarquias presentes na reunião de trabalho do Conselho Metropolitano do Porto realizada em 20 de outubro.

Aos jornalistas, Rui Moreira disse hoje acreditar que o presidente da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues, – com quem ainda não falou – deverá estar a tentar resolver o problema.

“Ou o senhor presidente consegue explicar a esses municípios que uma moeda tem duas faces ou então não vale a pena pensarmos em projetos metropolitanos”, referiu.

Se não for possível o consenso no seio da AMP, o autarca assegurou que o município do Porto não vai “deixar cair o Coliseu” e que avançará com a candidatura a fundos comunitários, mas que, “se for assim, a Área Metropolitana do Porto tem de fazer o favor de deixar de ser sócia dos Amigos do Coliseu”.

“A Área Metropolitana do Porto pode deixar de fazer parte dos Amigos do Coliseu e nós assumiremos a nossa parte”, garantiu, esclarecendo que o município terá de “ir buscar os 2,5 milhões de euros à gaveta”.

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“Será sempre da gaveta do município do Porto”, afirmou, acrescentando, contudo, que outros municípios podem juntar-se ao Porto, tornando-se sócios da associação Amigos do Coliseu.

“Afinal, dos 17 só sete votaram contra”, sustentou.

Questionado se poderia surgir novamente a hipótese de se concessionar o equipamento cultural a privados, intenção que foi revogada a 14 de novembro em assembleia-geral da Associação dos Amigos do Coliseu, Rui Moreira assegurou que não.

“Já consensualizámos suficiente entre as forças políticas que temos de ser capazes de levar a carta a Garcia”, referiu.

Na reunião do Conselho Metropolitano do Porto, realizada a 15 de dezembro, Arouca, Espinho, Oliveira de Azeméis, São João da Madeira, Santa Maria da Feira, Valongo e Vale de Cambra votaram contra a distribuição de verbas comunitárias, defendendo uma reflexão mais profunda e um levantamento dos equipamentos que, à semelhança do Coliseu do Porto, são de âmbito metropolitano.

Os restantes nove municípios presentes votaram a favor, tendo Vila do Conde estado ausente da reunião.

Com a rejeição da proposta de distribuição de verbas a comparticipar pelos municípios, o apoio prometido ao Coliseu do Porto, na sequência da reunião de trabalho de 20 de outubro, não se materializa, dado que por lei as propostas têm de ser aprovadas por unanimidade dos presentes.

Na reunião de trabalho de 20 de outubro, além das obras de reabilitação do Coliseu do Porto, os municípios presentes aprovaram também comparticipar a futura academia da Associação de Futebol do Porto. Os dois apoios ascendiam a cerca de sete milhões de euros.

À época a decisão foi contestada pela Câmara de Valongo, que, ausente da respetiva reunião de trabalho, defendeu que a mesma não era válida porque o encontro não tinha poder deliberativo, dado exigir a presença de todos os municípios da AMP.

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