Coimbra
Matéria escura em debate na UC
Mais de 70 especialistas que integram a Colaboração Internacional LUX-ZEPLIN (LZ), formada pararealizar uma experiência de dimensão e sensibilidade sem precedentes para a deteção direta da matéria escura, vão reunir-se em Coimbra, de 21 a 24 de setembro, para discutir a experiência do projeto.
O encontro, com início às 9 horas da próxima segunda-feira, tem lugar no Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), no Polo I.
A Colaboração LUX-ZEPLIN (LZ) – que integra uma equipa de sete investigadores do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP) da UC – surge na sequência da experiência LUX que é, desde 2013, a experiência com maior sensibilidade a WIMPs (acrónimo inglês para Weakly Interacting Massive Particles) entre as mais de 20 experiências de procura de WIMPs existentes no mundo.
A matéria escura (assim chamada por não emitir ou absorver qualquer tipo de radiação) é essencial para explicar o Universo, prevendo-se que constitua mais de 80% da sua massa.
No entanto, até ao momento apenas os efeitos gravitacionais da matéria escura foram observados (por exemplo no estudo da velocidade das estrelas, galáxias e aglomerados de galáxias e no efeito de lente gravitacional bem documentado em muitas imagens do telescópio Hubble) e a sua natureza permanece desconhecida. Constitui assim um dos mais intrigantes problemas da Física atual.
Uma das hipóteses mais prováveis é a matéria escura ser constituída por partículas desconhecidas a que os físicos chamaram WIMPs. O nome deriva de terem uma reduzidíssima probabilidade de interagir diretamente com a matéria a que chamamos normal (não escura), o que torna a sua deteção particularmente difícil em termos tecnológicos.
A LZ vai procurar registar e identificar as interações destas partículas num detetor com sete toneladas de xénon líquido. Espera-se que a construção da experiência comece em 2016, com a tomada de dados a iniciar-se em 2018.
A Colaboração LUX_ZEPLIN conta com a participação de 23 instituições dos EUA, 7 do Reino Unido e 1 de Portugal, num total de cerca de 120 investigadores.
A construção da experiência LZ é financiada pelo Department of Energy (DOE), USA, e pela Science &Technology Facilities Council (STFC), UK. A participação portuguesa é suportada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
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