Coimbra

A chuvosa homenagem aos que já partiram no Cemitério da Conchada

Notícias de Coimbra | 1 ano atrás em 01-11-2023

O dia dos fiéis defuntos celebra-se dia 2 de novembro, mas por tradição é no dia de Todos os Santos, feriado nacional, que muitos rumam aos cemitérios para homenagear os que já partiram.

Ao longo da manhã desta quarta-feira, 1 de novembro, e apesar da chuva que se fez sentir, muitas pessoas passaram pelo Cemitério da Conchada, em Coimbra, para prestar homenagem aos entes queridos. São raras as campas que ficam por enfeitar.

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Chegam com velas e flores dos mais diversos tipos, ou em arranjos, ou em molhos para colocar nas jarras das campas ou jazigos.

Segundo Maria Luísa, nestes últimos três dias houve muita azáfama. Esta florista do concelho de Miranda do Corvo, que vende há cinco anos nas imediações do cemitério, conta que “as pessoas cada vez menos abrem os cordões à bolsa para decorar as campas. O que se vende mais são os crisântemos e os arranjos de cinco euros”.

Ao lado desta vendedora está Cidália Cortez, também com flores e velas e refere que este ano há “mais gente”, sublinhando que “as velas mais procuradas são as de um euro”. O molho de crisântemos custa entre oito e dez euros, são dez pés. Já as rosas ficam a dois euros a unidade”.

Sentada à entrada encontrámos Maria Amorim com o chapéu de chuva aberto, perdeu a mãe em junho deste ano. As lágrimas corriam-lhe pela cara e a voz teimava em falhar a esta mulher de 73 anos: “É um dia muito triste, a minha mãe partiu este ano”.

Depois de descansar um pouco, agarrou o molho das flores e a vela para depositar na campa da mãe. “Esta chuva não ajuda”, disse a mulher residente em Chão do Bispo.

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“Para evitarem grandes aglomerações, muitos anteciparam a vinda, uns para limpar e adornar as campas, outros somente para rezar”, contou Laurinda de Jesus, enquanto preparava o dinheiro para comprar uma vela para deixar na campa do marido: ” é uma homenagem, não podemos fazer mais nada”.

Se, para uns, é um dia de saudade e recordações, existe ainda quem lamente os exageros. “Há sepulturas que só são enfeitadas nos dias de festa. Durante todo o ano, estão desprezadas e sem qualquer flor ou vela”, lamenta Manuel dos Santos.

“É sempre um dia especial, a família reúne-se junto da sepultura em homenagem aos nossos que já não estão cá”, conta, ao Notícias de Coimbra, Maria Eduarda, que se deslocou ao Cemitério da Conchada com o filho, nora e a neta.

Junto ao portão principal dois voluntários da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Otília Martins aproveitou o dia de ontem para ir visitar o jazigo da família no Cemitério dos Olivais, porque neste feriado está a participar no peditório nacional, principal fonte de financiamento da Instituição e importante elo de ligação na sua relação com a comunidade.

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