Coimbra
Morreu Napoleão Amorim. O decano dos cantores de Coimbra
A Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra vem, com muita tristeza, comunicar o falecimento de Napoleão Amorim, de 99 anos, o mais veterano dos intérpretes da canção de Coimbra.
Nascido em 1924, este engenheiro foi um dos fundadores da Associação Académica de Espinho, em 1938, quando tinha apenas 14 anos, e ali começou a cantar num pequeno orfeão, sendo escolhido para solista graças à qualidade da sua voz.
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Em 1942 entrou para o 1.º ano da Faculdade de Ciências do Porto, mas como a maior parte dos seus amigos viera estudar para a Universidade de Coimbra, ele decidiu fazer o mesmo. Aqui completou o 2.º e o 3.º anos dos Preparatórios de Engenharia, tendo ingressado no Orfeon Académico de Coimbra, como solista e membro do grupo de fados. Feitos os dois anos, teve de regressar ao Porto, para concluir Engenharia, uma vez que ainda não existia essa licenciatura em Coimbra.
A verdade é que a excelência da sua voz levou a que o regente do Orfeon Académico de Coimbra, maestro Raposo Marques, continuasse a chamá-lo para as digressões do Orfeon. Espanha, Madeira, Cabo Verde, São Tomé, Angola, Moçambique, África do Sul, Brasil – eis algumas das paragens onde actuou com o grupo da Universidade de Coimbra.
Já nos anos 80 fez parte de um grupo de músicos de Coimbra que foi actuar ao Japão.
E passou a integrar o grupo de fados “Coimbra Eterna”, da Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra no Porto.
Cantou em Coimbra há pouco mais de um ano, nas comemorações do 63.º aniversário da AAEC e dos 94 anos de Polybio Serra e Silva, de quem era grande amigo.
E demonstrou, na altura, que os seus então 98 anos não o impediam de continuar a ter uma voz excelente – como salientaram quantos o ouviram e aplaudiram na festa da AAEC, mas também os muitos milhares que em poucas horas viram as gravações colocadas nas redes sociais, e nelas deixaram centenas de comentários elogiosos.
Enfim, um exemplo para as novas gerações, não só pelo timbre da voz (pois esse é um dom que só a alguns é concedido), mas também pela gentileza, simplicidade e simpatia e pelo seu amor a Coimbra e à Academia.
A AAEC, que há dois anos homenageou Napoleão Amorim, curva-se perante a sua memória e apresenta sentidas condolências à sua Família.
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