Crimes

Centro Nacional de Cibersegurança alerta para risco de ciberataques com transição digital das câmaras

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 18-10-2023

O diretor do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) alertou hoje que a transição digital, com mais serviços ‘online’ nas câmaras, aumenta os riscos de ciberataques e defendeu mais recursos e sensibilização das autarquias.

“Esse movimento de digitalização tem que ser acompanhado com medidas e recursos atribuídos à cibersegurança para ter uma gestão eficaz do risco”, afirmou à agência Lusa Lino Santos, no final do exercício nacional de cibersegurança, este ano dedicado às câmaras, que teve sede nas Caldas da Rainha, distrito de Leiria.

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Nos últimos meses, foram notícia vários ataques informáticos a câmaras municipais (quatro casos noticiados), o que levou o centro a considerar necessário “começar a sensibilizar” e “trabalhar mais este tema da cibersegurança junto das autarquias”.

Lino Santos admitiu que houve “um conjunto de incidentes com um impacto bastante significativo”, mas relativizou a questão de serem mais vulneráveis a ciberataques: “A ser uma vulnerabilidade ela é transversal à sociedade.”

E se faltam ou não meios às câmaras para a cibersegurança, Lino Santos sublinhou que o investimento “deve ter sempre em consideração o grau de risco”.

Sublinhou, porém, que existem hoje verbas de fundos nacionais, do Portugal 2030, fundos regionais e também de fundos europeus.

Recentemente, disse Lino Santos, foi criado o Centro Europeu de Competências Industriais, Tecnológicas e de Investigação em Cibersegurança, com sede na Roménia, e o CNCS candidatou-se a uma verba na ordem dos seis milhões de euros para “financiar investimentos na área”, incluindo a adaptação ao regime jurídico de segurança ciberespaço.

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O coordenador do CNCS, que é a autoridade nacional de cibersegurança, admitiu que a transição digital, com a introdução de cada vez mais tecnologia, com as cidades inteligentes, na gestão de energia, mobilidade ou gestão de águas, tem exigências.

Esse “movimento de digitalização”, afirmou, tem que “ser acompanhado com medidas e recursos atribuídos à cibersegurança para ter uma gestão eficaz do risco”.

E é também o momento, acrescentou, de fazer “um alerta” para a necessidade de equipar as autarquias de “mecanismos e medidas de cibersegurança desde a fase de conceção de projeto para mitigar estes riscos”.

Este foi o maior exercício até agora efetuado pelo CNCS – desta vez parcialmente ‘online’ – espalhado pelas 25 entidades intermunicipais do país, com sede nas Caldas da Rainha, depois de edições anteriores centrados na saúde e no processo eleitoral.

No total, o exercício, organizado pelo CNCS e apoiado pela Associação Nacional de Municípios Portugueses, envolveu 264 câmaras, cerca de mil participantes, entre jogadores e observadores, além de outras entidades, como a PJ, Comando das Operações de Ciberdefesa, Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) e Serviço de Informações de Segurança (SIS).

Ao longo de dois dias, o exercício teve por objetivo sensibilizar as câmaras “para o tema da cibersegurança, analisar o grau de maturidade” e resposta a situações deste tipo.

Foram testados vários cenários, muito próximos do que já acontece ou pode acontecer, nas palavras de Lino Santos, como ‘phishing’ (partilha de informações confidenciais) e ‘ransomware’ (extorsão de dados e pedido de resgate).

Outro objetivo foi testar a “resiliência digital da administração local” e a “capacidade de resposta das autoridades nacionais” a um ataque em larga escala como o que foi simulado.

No último ano, pelo menos quatro câmaras municipais (Gondomar, Lagoa, Oliveira do Hospital e Odemira) foram alvo de ataques informáticos.

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