Região
Variante à Estrada Nacional 17 na região de Coimbra com custo superior ao previsto pelo Governo
O estudo de viabilidade da variante da estrada nacional 17, conhecida como Estrada da Beira, na região de Coimbra, conclui que a empreitada custará entre 77 e 94 milhões de euros, acima da verba definida em Conselho de Ministros.
O estudo, encomendado pela Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, centrou-se na viabilidade de construção de uma variante à estrada nacional 17 (EN17), entre o nó de Ceira (Coimbra) da A13 e Ponte Velha (Lousã), incluindo a ligação de Vila Nova de Poiares ao IP3 e ao IC6.
O documento, que foi discutido e analisado hoje em reunião da Câmara de Coimbra, conclui que a empreitada deverá ter um custo entre os 77 milhões de euros (ME) e os 94 ME, valores que dependem das soluções adotadas sobre o troço final (havendo duas alternativas de ligação de Vila Nova de Poiares ao IP3 e uma opção de ligação ao IC6).
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As estimativas de custo “são claramente superiores à verba definida” na resolução do Conselho de Ministros de 2021, que previa 20 milhões de euros para aquela variante à EN17 que liga vários concelhos ao IP3, a partir de montantes oriundos do leilão do 5G, conclui a informação da Câmara de Coimbra.
O documento do município que sintetiza o estudo de viabilidade, a que a agência Lusa teve acesso, refere que o projeto divide a variante da Estrada da Beira em três troços distintos.
O troço 1, entre o nó da A13 em Ceira e Vale Carvalhal (Vila Nova de Poiares), tem uma extensão de 8,3 quilómetros, implicando dez obras de arte, incluindo dois viadutos com cerca de 600 metros de extensão cada, com um custo estimado de 30,5 ME.
O segundo troço decorre entre Vale Carvalhal e o nó da EN17 em Ponte Velha (Lousã), com um comprimento total de três quilómetros e uma estimativa de custo de 10,1 ME.
De acordo com o documento do município de Coimbra, o troço 3 tem uma extensão total de 13,7 quilómetros entre Vale Carvalhal (onde termina o troço 1) e segue em direção a Vila Nova de Poiares, com uma ligação à zona industrial daquele concelho, continuando posteriormente pela Serra da Atalhada até próximo da localidade de Vale Maior, já no concelho de Penacova.
Com 12 obras de arte (viadutos, passagens superiores e inferiores), este troço tem um custo estimado de 29,2 ME.
O troço 3 é dividido depois em três possibilidades de prolongamento: uma ligação ao IC6 em Penacova (custo de 24,1 ME), uma ligação ao IP3 a partir da construção de um novo nó (7,2 ME) e outra alternativa de ligação ao IP3 através de Miro, no concelho de Penacova, (com um custo de 8,8 ME).
Segundo a informação da Câmara de Coimbra, o estudo conclui ainda que o projeto “é economicamente rentável para todas as alternativas apresentadas”, reduzindo tempo e custos operacionais para os seus potenciais utilizadores.
A vereadora com a pasta da mobilidade da Câmara de Coimbra, Ana Bastos, realçou que a EN17 apresenta “um traçado muito sinuoso”, sendo um canal condicionado pelo “atravessamento de populações” e com “níveis de sinistralidade elevados”, defendendo a criação desta variante, com uma velocidade base de 70 quilómetros por hora.
A Câmara de Coimbra aprovou, por unanimidade, atribuir parecer favorável à proposta de variante da Estrada da Beira.
Em reunião do executivo de Vila Nova de Poiares, em agosto, o presidente daquela Câmara tinha admitido que o investimento ficaria muito acima da verba prevista pelo Governo, sublinhando que será necessário “um novo período de negociação com o Governo”, para ser aumentada a dotação.
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