Coimbra

Memorial Irmã Lúcia em Coimbra deve atingir 10 mil visitantes até final do ano

Notícias de Coimbra com Lusa | 12 meses atrás em 13-10-2023

 O Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, estima que o número de visitantes ao Memorial Irmã Lúcia ultrapasse os 10 mil até ao final do ano, confirmando a crescente curiosidade pela vida e obra da vidente de Fátima.

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“Ultimamente temos tido muito mais pessoas a visitar o Memorial. Contamos, até ao momento, com sete mil visitas e esperamos ultrapassar os 10 mil até ao final do ano”, destacou a Irmã Ana Sofia, que foi Superiora do Carmelo de Santa Teresa nos últimos seis anos e até há cerca de três meses.

Em declarações à agência Lusa, a carmelita explicou que os visitantes vêm de vários pontos do mundo, para conhecer um pouco melhor a história da vida da mais velha dos três videntes de Fátima.

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“Este espaço serve precisamente para fazer memória de quem foi a Irmã Lúcia, aqui no Carmelo de Santa Teresa, enquanto carmelita, e onde esteve por mais de 50 anos, até à sua morte, em 2005”, acrescentou.

Dois anos depois, foi construído, junto ao Carmelo de Santa Teresa, “um espaço que não é muito grande”, mas que pretende “ser acolhedor” e fazer com que “os visitantes se sintam mais perto da Irmã Lúcia”.

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Num primeiro piso, as vitrinas permitem uma “viagem” aos primeiros anos da vidente, estando exposto o seu primeiro rosário e até a sua primeira mala de viagem, que lhe foi entregue pela mãe, quando saiu de Fátima para estudar no Porto.

Todo um corredor é dedicado às cartas que recebia, vindas de todo o mundo, e onde lhe pediam “essencialmente oração”, para além de figurarem ainda objetos que lhe eram oferecidos.

“Respondeu a milhares de cartas, que mostram que ela não estava isolada, apesar de estar no Carmelo. Estava em contacto com toda a realidade que se passava, através desta correspondência, que começou a ser frequente desde os anos 50, mas com maior afluência a partir da década de 70”, informou.

O Memorial contempla também muitas das suas fotos, em diferentes fases da sua vida, que vão desde a infância em Fátima com os primos – os santos Francisco e Jacinta Marto -, até aos seus últimos anos no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra.

Já no espaço expositivo do andar superior, há uma mostra do seu trabalho, em termos de trabalhos manuais – “ela bordava muito bem” e ainda “fazia terços à mão, que oferecia a quem a visitava”.

O último rosário que ela usou está patente ao público, assim como algum espólio alusivo aos seus encontros com os Papas.

“Pode ser vista uma batina do Papa João Paulo II, que ele usou muito tempo e que lhe mandou oferecer, como símbolo de gratidão pela oração dela”, exemplificou.

Destaque ainda para a coleção de selos que guardou, em virtude de receber muitas cartas, nos anos 70, 80 e 90.

“Na altura, os selos eram algo de muito valioso e ela pensou guardá-los em álbuns para um dia, se a comunidade precisasse de dinheiro, poder vendê-los”, referiu.

De acordo com a Irmã Ana Sofia, cada um dos objetos tem “uma história”, tendo feito parte de um momento concreto da vida da vidente.

“Temos também a réplica do quarto dela, com a cama dela de carmelita, a mesinha onde escrevia, com a primeira máquina de escrever que tinha, a sua bengala e os seus sapatinhos. Está tudo a tentar reproduzir o seu ambiente, da forma mais natural possível, para as pessoas perceberem como era o sítio onde passou mais de 50 anos”, evidenciou.

Este ano, em que Lúcia “foi declarada venerável, tendo dado mais um passo” para a canonização, está exposta temporariamente “uma relíquia de primeiro grau, com um pedacinho do seu sangue”.

“Podemos dizer que todas as peças expostas não têm grande valor material, mas sim um valor sentimental”, sustentou.

Ao lado do Memorial Irmã Lúcia foi também construído um arquivo, para albergar os restantes objetos e documentos que lhe pertenceram.

“Entre os seus escritos, há cartas que são autênticas peças históricas. Nos próximos anos, gostávamos de pôr a Irmã Lúcia num ponto mais académico e que os seus documentos fossem uma mais-valia para historiadores e investigadores”, concluiu.

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