Coimbra
Já abriu em Coimbra o “franchising” da Cidadania da Língua
O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, disse esperar que a Casa da Cidadania da Língua, hoje inaugurada, seja “uma casa aberta a todos, mais do que nunca e para todo o sempre”, no entanto, “esqueceu-se” de referir que a marca é detida pela Associação Portugal Brasil 200 Anos”, fundada pelo seu irmão João Manuel Silva e por José Manuel Diogo, que trata o presidente da edilidade por tu.
“O que nós gostaríamos era de tornar esta casa [antiga Casa da Escrita], não no único, porque nós esperamos que haja muitos, mas no epicentro do debate, da cidadania, da língua, da participação cidadã, da língua portuguesa, do passado, do presente e do futuro da língua portuguesa: de tudo aquilo que une as nossas comunidades”, apontou.
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Durante a cerimónia de inauguração da Casa da Cidadania da Língua, que decorreu ao final da manhã, o autarca evidenciou que se pretende que o espaço tenha uma “dinâmica muito mais intensa” do que aquela que tinha.
“Para isso, todos são necessários. Para isso peço que sintam esta casa como a vossa casa, como a nossa casa, e que a vivenciem, que aqui venham, que tragam iniciativas de todos os países de língua portuguesa, mas até mais do que isso, porque a cidadania da língua extravasa o conceito da língua portuguesa”, acrescentou.
Carregue na galeria sobre a inauguração da Casa da Cidadania da Língua
Antes da cerimónia, o movimento Cidadãos por Coimbra, exibibiu à entrada mensagens de contestação à forma como o espaço foi entregue à Associação Portugal Brasil 200 Anos (APBRA), que rebatizou aquele espaço municipal na Alta da cidade.
“Não digo que esta associação não seja capaz, mas tem de mostrar. Isto é como a utilidade pública, primeiro tem de se demonstrar”, criticou.
Nas folhas podia ler-se “Esta casa é do povo de Coimbra”, “Um pinta de malandro, influencer digital, malandro travestido de produtor cultural”, “Zé Manel a vereador da Cultura! Qual Silva? Diogo Já” e “O solar dos Kapangas é na rua da mãozinha”.
A cerimónia de inauguração da Casa da Cidadania da Língua contou também com a presença do presidente do Senado Federal do Brasil, Rodrigo Pacheco, que duas horas antes viu-lhe ser atribuída a medalha de ouro da cidade de Coimbra.
Nesta ocasião, destacou a importância de se celebrarem as pessoas que falam a língua portuguesa.
“A nossa missão não é mais a de homenagear as diferentes pátrias que adotam o português, mas a de valorizar os povos que compõem essas pátrias. A nossa missão é a de dar voz às pessoas”, referiu.
Sobre a Casa da Cidadania evidenciou que resulta de um pacto entre instituições cidadãs.
“Um pacto entre representantes dos povos e da sociedade civil. Um acordo entre dois parlamentos, o Senado Federal brasileiro e a Câmara Municipal de Coimbra, e uma entidade sem fins lucrativos: a Associação Portugal Brasil 200 Anos”, indicou.
Já o presidente da Associação Portugal Brasil 200 Anos”, José Manuel Diogo, frisou que esta casa será um espaço para “debater, estudar, abrir fronteiras e criar uma nova relação entre os países de língua portuguesa”.
“Um espaço para associações, editoras, governos, jornalistas, intelectuais e artistas, em que o intercâmbio de ideias, conhecimentos e experiências trará mais força aos laços entre os países de língua portuguesa”, concluiu.
Recordamos que o presidente da Câmara, José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (liderada pelo PSD), esteve ausente da votação e discussão do protocolo com a Associação Portugal Brasil 200 Anos (APBRA), que rebatiza aquele espaço municipal na Alta da cidade, por o seu irmão e antigo reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, ser um dos fundadores da instituição e, segundo o ‘site’ da mesma, presidente da mesa da assembleia geral.
Para a aprovação deste negócio, o vice-presidente do município, Francisco Veiga, teve de manifestar o voto de qualidade, face aos cinco votos contra do PS e da CDU, contra os também cinco votos favoráveis da coligação Juntos Somos Coimbra.
Apesar de a votação sobre o acordo ter sido realizada no dia 2 de outubro, uma semana antes, já “meia Coimbra” tinha recebido o convite da Câmara de Coimbra, para a inauguração da Casa da Cidadania da Língua-
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