Governo
Figueira da Foz: Ministro do Ambiente desafia cidadãos a serem mais eficientes e reduzir consumos
O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, exortou hoje os cidadãos a serem mais eficientes e a reduzir o consumo de recursos, introduzindo no seu quotidiano princípios de economia circular.
“É preciso deixar de extrair, consumir e descartar, apostando num modelo que regenere os recursos. É fundamental integrar princípios de economia circular nas nossas atividades, pois só assim poupamos recursos e valorizamos o território, assegurando as condições para a redução de emissões e sequestro de emissões de carbono”, disse hoje o governante na Figueira da Foz, distrito de Coimbra.
O titular da pasta do Ambiente falava na apresentação do Projeto Integrado RN21 – liderado pelo ForestWISE – Laboratório Colaborativo para a Gestão Integrada da Floresta e do Fogo, financiado pela componente 13 – Bioeconomia Sustentável do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
O projeto reúne, pela primeira vez, o setor da resina em Portugal, num consórcio que pretende apostar na investigação e inovação para modernizar e revitalizar um dos setores mais tradicionais da economia nacional, de forma a valorizar a resina natural enquanto produto “bio”.
Na apresentação, que decorreu nas instalações da indústria de segunda transformação de resina natural da empresa United Resins, o ministro do Ambiente e da Ação Climática salientou que, no processo de transição climática, “inovação e sustentabilidade formam um duo essencial para a concretização das nossas metas”.
Segundo Duarte Cordeiro, este projeto contribui “de forma decisiva” para baixar o consumo de matérias-primas de origem fóssil e privilegia a produção de produtos de valor acrescentado de base biológica.
O governante frisou que o objetivo do projeto passa por modernizar e revitalizar do setor tradicional da resina natural, valorizando a resina natural enquanto produto “bio” e potenciando a aplicação no mercado, para “indiretamente aumentarmos o valor económico que a floresta portuguesa pode desenvolver”.
Com um investimento superior a 26 milhões de euros e uma subvenção de 17,5 milhões de euros, o RN21 envolve 37 entidades, que vão conjugar investimentos públicos e privados, e assenta em três pilares: fomento da produção da resina natural nacional, reforço da sustentabilidade da indústria transformadora e diferenciação positiva da resina natural e produtos derivados.
Em declarações à agência Lusa, o diretor executivo do CoLAB ForestWISE, Carlos Fonseca, disse que este projeto representa “a grande oportunidade para o setor da resina em Portugal, com extensão a Espanha, já que vai haver a necessidade de uma escala ibérica”.
“Esta oportunidade vai refletir-se ao nível das boas práticas de gestão do pinhal, com oportunidade até de aumentar a área de resinagem, nas técnicas de melhor colheita da resina e melhoria genética de pinheiros”, salientou.
Por outro lado, segundo o responsável, o RN21 tem um conjunto de medidas e projetos relacionados com a indústria de primeira transformação, “que necessita de uma grande modernização”, e também da indústria de segunda transformação, mais virada para o mercado, com a inovação de produtos de alto valor acrescentado.
A intenção é conceber produtos inovadores para diversas áreas, desde embalagens para a alimentação, tintas, automóveis, colas e cosméticos, “através de uma grande transformação do setor”.
No final do projeto, em 2025, Carlos Fonseca espera que o consórcio das entidades envolvidas possa evoluir para um “cluster ou grupo de interesse que possa ter influência nas políticas públicas e na representatividade do setor, que hoje não tem num nível mais transversal”.
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