Saúde

Médico avalia paciente com “tossezinha”. Homem acaba por morrer com “pneumonia grave” 

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 ano atrás em 08-10-2023

Um homem, de 67 anos , deu entrada durante dois dias seguidos, no serviço de urgência de um hospital, por sentir grandes dificuldades respiratórias. Atendido duas vezes pelo mesmo médico, recebeu alta, com o diagnóstico de “ansiedade” e “leve constipação”. Quando foi lá pelo terceiro dia consecutivo, foi visto por um médico diferente, que lhe descobriu uma pneumonia grave, que lhe causou a morte, revela o Jornal de Notícias (JN).

Os oito filhos do paciente fizeram uma participação criminal contra o primeiro médico e o próprio hospital, por alegado homicídio por negligência, refere.

O pedreiro tinha graves problemas de saúde, tendo sido operado em 2008 às cordas vocais e para não bastar viu ser-lhe diagnosticada doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), o que lhe provocava crises de falta de ar.

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Mas, entretanto, o quadro clínico mudou e para pior. Na manhã desse dia, uma das filha do paciente teve de o conduzir às urgências daquela unidade hospitalar, onde foi visto por um médico. Segundo a filha, o médico “limitou-se” a mandar fazer um exame radiológico e mandou-o para casa.

“A filha diz que procurou o clínico e lhe pediu ‘explicações’ para a alta”, acrescentando “que o clínico a despachou ‘em tom de gozo'”, conta.

Como a situação do homem não melhorava, uma neta levou-o novamente ao hospital. Contudo, volta a ser atendido pelo mesmo profissional de saúde. Contudo, pediu a realização de novo exame radiográfico, após o que terá concluído que o doente se encontrava “sem anormalidades”. A neta insistiu que devia ficar internado ao qual o médico lhe responde “que não internava alguém só porque tinha ‘uma tossezinha’”, lê-se no JN.

Volta para casa e fica ainda pior. Novamente, de regresso ao hospital, é visto por um outro médico que lhe manda fazer uma TAC “cujo resultado revelou uma forte pneumonia e ‘muito líquido nos pulmões'”. A médica que o atendeu disse que o homem “estava tão mal que não sabia se ainda iam a tempo de fazer alguma coisa”, adianta.

Foi transferido de urgência para os cuidados intensivos, de onde saiu, mês e meio depois, mas já sem vida.

O caso ocorreu em 2020, mas só agora foi participado ao Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal de Bragança, por alegado homicídio por negligência.

O médico visado limitou-se a comentar que não foi notificado de nenhuma acusação até ao momento. 

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