Portugal
Morreu o ator Francisco Brás. Integrou a novela “Nazaré” e “Vila Faia”
O ator Francisco Brás, de 67 anos, morreu hoje na sua casa, em Alcoutim, disse à agência Lusa um amigo do ator.
O ator terá morrido na sequência de problemas cardíacos que o levaram a estar hospitalizado recentemente, acrescentou a mesma fonte.
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Nascido em 25 de novembro de 1955, em Alcoutim, no distrito de Faro, Francisco Brás fundou o Grupo de Teatro da cooperativa de ensino especial Crinabel e regressara à terra natal na altura da pandemia, onde procurou uma vida mais calma dedicando-se ao cultivo da sua horta, recordou o seu amigo.
Já no Algarve, fundou e encenou o Grupo de Teatro Amador do Centro de Cultura e Desporto da Câmara Municipal de Castro Marim.
A novela “Nazaré” e a série “Ministério do Tempo” foram alguns dos seus últimos trabalhos em televisão, tendo também feito parte dos elencos das produções “Vila Faia” e “Mala de Cartão”.
“A noiva” (2000), “Lagardére – a máscara da vingança” (2003) e “O frágil som do meu motor” (2012) foram filmes em que participou.
Francisco Brás especializou-se em Estudos de Teatro pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e fez o Curso de Jornalismo Televiso do Cenjor – Centro de Formação de Jornalistas, indica a sua biografia na base de dados do Centro de Estudos de Teatro (CET) da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Trabalhou como ator em companhias como a do Teatro Nacional D. Maria II, Teatro da Comuna, Teatro Aberto, Teatro Municipal S. Luiz e Teatro Maria Matos, Teatro Villaret, Companhia Teatral do Chiado, Teatro Helena Sá e Costa, Teatro Variedades, Teatro ABC, Teatro da Malaposta e Teatroesfera.
Em televisão participou ainda nas telenovelas “Ricardina e Marta”, “Olhos de Água”, “Anjo Selvagem” e “Morangos com Açúcar”, e nas nas séries “Sétimo Direito”, “Lendas e Factos da História de Portugal”, “Espírito da Lei”, “Cuidado com as Aparências” e “Aqui não há quem viva”.
Em cinema, fez parte dos elencos de produções como “Monsanto”, de Ruy Guerra, “Aniversário”, de Mário Barroso, “Até Amanhã Camaradas”, de Joaquim Leitão, “A Outra Margem” e “Camarate”, de Luís Filipe Rocha, “Requiem” de Alain Tanner, “Fátima” de Fabrizzio Costa, e “Francisca” de Manoel de Oliveira.
No teatro, o CET regista a sua estreia em 1977, na peça “O Encoberto”, de Natália Correia, na Repertório – Cooperativa Portuguesa de Teatro.
Em 2004, na altura em que interpretava o papel de Diabo no “Auto da Barca do Inferno”, de Gil Vicente, no projeto “Viagens ao interior do Teatro”, destinado ao público escolar, Francisco Brás disse à agência Lusa não entender a sua profissão “sem a componente didática que lhe está subjacente”.
“Fazer do Teatro um veículo de dinamização e fascínio para os jovens públicos é, sem dúvida, a melhor dádiva que poderemos receber”, afirmou então.
O projeto “Viagens ao interior do Teatro” esteve mais de dez anos em cartaz, no Teatro Maria Matos, numa produção da Associação Cultura, Arte e Espetáculo (ACAE).
Em 2007, Francisco Brás e Castro Guedes foram os únicos atores apurados nas audições para o espetáculo “Férias Grandes com Salazar”, que o Teatro Nacional D. Maria II estreou em 24 de abril, tendo Francisco Brás interpretado o papel do ditador.
Francisco Brás traduziu “A Pomba”, de Patrick Süskind, com Paco Carrique, que pôs em cena na Crinabel, e escreveu “Sapato branco em Janeiro”, peça levada a cena pelo Teatro Rápido, em 2014.
O ator é pai da atriz Sara Brás.
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