Economia

Líder do iParque afiança que a captação de investimento só será feita com a “união de toda a gente”

Notícias de Coimbra | 12 meses atrás em 28-09-2023

Criação de ‘clusters’ de inovação, retoma da capacidade industrial e foco em áreas como a saúde e tecnologia são propostas da Estratégia para o Desenvolvimento Económico de Coimbra, que quer duplicar o volume de negócios do concelho até 2032.

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Uma versão provisória da estratégia foi apresentada na quarta-feira na reunião do Conselho Estratégico Municipal para o Desenvolvimento de Coimbra (CEMDC), estando definido um prazo de três meses para a conclusão do documento definitivo, disse à agência Lusa o presidente do iParque, Ricardo Lopes.

O documento, a que agência Lusa teve acesso, estabelece já várias medidas, que poderão ser adensadas e acrescentadas nos próximos três meses, com o objetivo de duplicar o volume de negócios do concelho até 2032, recuperando do atraso face a municípios referência (concelhos com uma população entre 100 mil e 200 mil habitantes).

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Redirecionar gastos em infraestrutura por parte do município para o apoio ao dinamismo empresarial, uma estratégia de economia de ecossistema que ponha vários agentes públicos e privados a trabalhar num mesmo sentido, redução da burocracia no município, criação de ‘clusters’ de inovação que aproximem as empresas da investigação científica, aplicação da taxa máxima de IMI sobre imóveis devolutos e reconverter ativos de grande dimensão abandonados (como é o caso dos esqueletos industriais da Pedrulha) são algumas das medidas plasmadas no documento.

O trabalho em torno da estratégia está a ser feito pela Câmara de Coimbra, iParque e Deloitte, com supervisão da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e do Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria de Coimbra (ISCAC), estando também nele incluído um inquérito a cidadãos e empresas com mais de 3.000 respostas.

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O documento nota que o município apresenta um volume de negócios de 3,6 mil milhões de euros em 2021, sendo apontado um objetivo de se chegar entre os seis mil milhões e os oito mil milhões de euros em 2032, com uma média de crescimento anual de cerca de 7%.

A estratégia defende uma melhoria da eficiência do licenciamento de projetos industriais, formação e atração de talento em setores-chave, melhorar a mobilidade do concelho, captação proativa de investimento externo, e estimular o crescimento das empresas locais, ajudando nas oportunidades de financiamento e no desenvolvimento de novas competências.

“Com uma estratégia de economia de ecossistema, assentes numa visão partilhada e princípios de cooperação, o município de Coimbra tem espaço para recuperar o atraso económico até 2032”, aponta o documento.

Segundo Ricardo Lopes, a estratégia aponta como áreas fundamentais a tecnologia e a saúde, assim como a recuperação do seu setor industrial.

Se por um lado será necessário “ajudar as empresas já existentes e instaladas”, é preciso o município ter “a proatividade de ir lá fora e ir atrás de empresas que possam investir no concelho”, notou.

De acordo com Ricardo Lopes, o trabalho de inventariação de imóveis disponíveis para a instalação de empresas já começou a ser feito pelo município, estando agora perspetivada a criação de um catálogo para poder apresentar a potenciais investidores.

Sobre o investimento em infraestruturas, o responsável salientou que esse deve ser feito por privados.

“Se Coimbra for atrativa para as empresas, haverá investidores interessados em criar esse tipo de espaços. A Câmara tem de ser ágil é no licenciamento e oferecer serviços que entusiasmem e fixem as pessoas na cidade”, sustentou.

Na ótica de Ricardo Lopes, a captação de investimento só será feita com a “união de toda a gente”, tendo sido essa “a fórmula mágica” conseguida para a atração da Airbus.

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