Saúde

Saiba como pode ensinar os seus filhos a fazer amizade com crianças com deficiência

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 ano atrás em 10-10-2023

Por vezes há crianças que são excluídas por alguma doença que tenham e isso não é justo. Por vezes, também é difícil criar amizades. Para tal, Jaclyn Greenberg escreve sobre parentalidade, acessibilidade e inclusão e fê-lo para o The New York Times, Wired, Parents, Good Housekeeping entre outras.

O caso de Trae Bruns, um aluno dos Estados Unidos, é mesmo esse exemplo que referimos acima. O menor sofre de uma doença genética e diferenças físicas, e nem sempre se aproxima dos outros miúdos, conta a sua mãe, Jackie Bruns. “Normalmente, espera que elas se aproximem dele”, refere. “Pode ser difícil para as crianças com uma deficiência aproximarem-se de outras crianças. Não sabem se vão ser rejeitadas ou gozadas por causa da sua deficiência”, acrescenta.

Pode ler-se na CNN Portugal que, “15% dos estudantes do ensino público nos Estados Unidos têm um diagnóstico de deficiência, que inclui tanto deficiências físicas como deficiências de aprendizagem ou sociais menos óbvias”, de acordo com uma análise do Pew Research Center sobre os dados do US Census Bureau. E 95% das crianças com deficiência são ensinadas em salas de aula normais, o que significa que a maioria das crianças vai ter contacto regular com todos os tipos de colegas.

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Para tal ficam aqui algumas formas para os pais encorajarem os seus filhos a assimilar e a fazer amizade com alguém que pareça diferente.

1. Ensinar a não fazer suposições: Enviar uma carta no início de cada ano letivo aos pais da turma do filho, a explicar que ele tem um aspeto diferente, no caso dela, mas que quer ser tratado como qualquer outro. “Explico que ele adora ler, correr, brincar e, acima de tudo, fazer novos amigos.”

Caroline Mendel, psicóloga clínica do Child Mind Institute concorda com esta abordagem e explica que os pais podem fazer o acompanhamento em casa, mesmo antes das crianças se conhecerem. É uma oportunidade para dizer: “Fiquei a saber que o Trae gosta de Legos. Isto parece ser algo que talvez queiram fazer juntos”, afirma.

Devem sempre respeitar os outros e usar palavras amáveis, dizem os especialistas. “Os pais podem ensinar às crianças que o mais importante é que não podemos fazer suposições com base na aparência ou no comportamento de alguém”, sublinha Mendel. “Precisamos de conhecer essa pessoa. A deficiência pode ser uma parte da sua identidade, mas não é a única coisa que a define. Por exemplo, será que ambos gostamos de Pokémon ou de futebol?”

E tem ajudado Trae. “Se a outra pessoa começar a jogar ou a falar com a pessoa portadora de deficiência, isso faz com que ela se sinta mais à vontade”, observa a mãe. “Já vi isso acontecer em várias ocasiões.”

2. Ensinar sobre a curiosidade educada: As crianças podem continuar a ter dúvidas quando conhecem um novo amigo. Podem perguntar: “Importas-te que pergunte sobre a tua perna (prótese) ou cadeira de rodas?”, sugere Mendel.

“Não há problema em ser curioso, mas faça-o de forma respeitosa”, acrescenta. “Explique às crianças que não há problema em fazer uma pergunta educadamente”.

“Se elas quiserem partilhar, ouça e deixe-as tomar a iniciativa. As crianças podem partilhar factos interessantes e divertidos sobre a sua deficiência”, afirma Michelle Hu, que cresceu a usar aparelhos auditivos, pode ler-se.

Os pais devem ensinar os filhos a convidar outras crianças a juntarem-se a eles quando estas não estejam a brincar. 

3. Explicar as diferentes competências sociais: Enquanto algumas deficiências são visíveis, outras não o são. E explicar que algumas pessoas podem ter sinais sociais ou formas de relacionamento diferentes pode ajudá-los a estabelecer contacto com os alunos.

Gawain Hootman, de 10 anos, vive na Califórnia, é autista. Ele quer ser incluído, mas nem sempre está disposto a socializar, diz a mãe, Ramsey Hootman. “Se eu pudesse dizer aos outros miúdos para fazerem uma coisa, seria para o convidarem sempre a juntar-se a eles”, assume. “Ele nem sempre gosta de participar, mas quer sempre ser convidado e bem recebido. Por favor, não trate um ‘não’ hoje como um ‘não’ para sempre.”

Algumas crianças podem precisar de tempo para processar o convite, pelo que dar-lhes outra oportunidade de participar cria um ambiente mais acolhedor para todos.  “Embora possa parecer mais natural aproximar-se de alguém que parece semelhante, podemos aprender algo com amigos que são diferentes”, observa Mendel. “Uma criança com autismo pode ter dificuldade em estabelecer contacto visual ou revezar-se numa conversa. Isso não significa que ela não queira ser sua amiga.”

A conclusão é que toda a gente é diferente, mas toda a gente quer ser incluída.

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