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Arqueólogos de Coimbra fazem novas descobertas no Curdistão iraquiano

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 22-09-2023

Uma equipa de investigadores liderada por cientistas da Universidade de Coimbra voltou a fazer novas descobertas no Curdistão iraquiano, num local que tem sido escavado desde 2013, anunciou hoje aquela instituição do ensino superior.

A equipa liderada por investigadores do Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Património (CEAACP) voltou a fazer novas descobertas no sítio arqueológico de Kani Shaie, um lugar do Curdistão iraquiano habitado em momentos-chave da história da Humanidade, afirmou a Universidade de Coimbra (UC), em nota de imprensa enviada à agência Lusa.

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Na mais recente campanha, realizada entre 23 de agosto e 19 de setembro, a equipa destacou a descoberta de “uma conta de lápis-lazuli [rocha de cor azul], com origem no atual Afeganistão, testemunho de contactos de longa distância”.

Em Kani Shaie, os arqueólogos encontraram também impressões de selos que contam a história de uma comunidade com complexos sistemas administrativos e de organização económica.

Aquele lugar “destaca-se por ser, até ao momento, o sítio arqueológico do Curdistão onde mais impressões de selos – 84 no total – foram encontradas”, referiu a equipa, coliderada pela docente da Faculdade de Letras da UC Maria da Conceição Lopes, pelo investigador do CEAACP André Tomé e pelo investigador da Universidade de Cambridge Steve Renette.

A última campanha, feita em parceria com as autoridades curdas, centrou-se nos níveis arqueológicos do início da Idade do Bronze, tempo de reestruturação das comunidades, já urbanas, em grandes áreas do Próximo Oriente, explicaram Maria da Conceição Lopes e André Tomé.

“Kani Shaie, situado entre as montanhas e a planície da Mesopotâmia, já foi escavada em cinco campanhas desde 2013, revelando ocupações desde o sexto até ao final do terceiro milénio, e reocupação posterior no primeiro milénio da nossa era, e de forma continuada até ao período Sassânida (século III antes de Cristo ao século VII depois de Cristo) e, espaçadamente, durante o longo período islâmico”, explicaram.

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Durante as últimas escavações, os investigadores conseguiram também perceber a existência de um grande edifício de entre o século III antes de Cristo e o século III depois de Cristo, “que impressiona pela sua dimensão e pelos materiais escolhidos”.

Esta campanha juntou um grupo de 17 investigadores de várias nacionalidades, contando com a colaboração de universidades e arqueólogos curdos, incluindo estudantes que tiveram acesso a um programa formativo, referiu a UC.

O CEAACP irá partilhar as descobertas feitas nesta última campanha ao longo dos próximos meses.

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