Saúde
Poucas vacinas no arranque campanha sazonal obriga a reagendar utentes nas farmácias
As vacinas que vão chegar às farmácias nos primeiros dias da campanha de vacinação, que arranca no dia 29, não serão suficientes para dar resposta às reservas já feitas pelos utentes, escreve hoje o Jornal de Notícias (JN).
Segundol o JN, as farmácias foram informadas esta semana de que, desde o início da campanha até dia 10 de outubro está prevista a chegada de 175 mil doses de vacinas da gripe e de 205 mil doses o caso da covid-19, o que obrigou já a reagendar utentes.
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Ao JN, a Direção Executiva do Serviço Nacional de saúde (DE-SNS) disse, contudo, que não se esperam “desvios significativos” nas entregas.
A limitação maior, diz o jornal, é nas vacinas da gripe e “está relacionada com um problema de abastecimento global”.
A presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF), Ema Paulino, diz que a informação disponível indica que a partir de 16 de outubro “chegarão muitas doses”.
Farmacêuticos e gestores de grandes grupos de farmácias contactados pelo JN confirmaram os constrangimentos e admitem que a incerteza sobre as entregas das semanas seguintes gera “ansiedade”, uma vez que “não é a primeira vez que a indústria falha nas datas de distribuição de vacinas da gripe”.
Este ano, as farmácias vão, pela primeira vez, poder vacinar os utentes com 60 anos ou mais com ambas as vacinas, em simultâneo ou sem separado.
Segundo o JN, cada farmácia recebeu informação do número de vacinas covid e gripe que receberá entre 29 de setembro e 10 de outubro para melhor gerir as reservas, sendo que há diferenças significativas. Questionada sobre se esta disparidade poderá pôr em causa a covacinação, Ema Paulino discorda: “O número não ser coincidente não nos preocupa porque temos feedback de que há pessoas que preferem fazer as vacinas em separado”.
Em resposta ao jornal, a DE-SNS assinala como “um facto muito positivo” a procura elevada dos utentes pelo agendamento da vacinação nas farmácias e garante que não se esperam “desvios significativos” nas entregas.
“O calendário está alinhado com a capacidade de fornecimento dos laboratórios farmacêuticos das vacinas aos vários países e com a própria capacidade de vacinação das instituições de saúde e das farmácias comunitárias”, explica, acrescentando que o plano de vacinação previsto para as próximas oito a 10 semanas “deverá ser cumprido sem constrangimentos relevantes”.
Segundo a norma da Direção-Geral da Saúde, a campanha de vacinação contra a covid-19 e a gripe, que arranca no dia 29 de setembro, abrange as pessoas com 60 anos ou mais – que pela primeira vez serão este ano vacinados nas farmácias -, residentes em lares, profissionais de saúde, trabalhadores dos lares e doentes crónicos.
Esta vacinação decorrerá em simultâneo nas farmácias comunitárias (para as pessoas com 60 ou mais anos) e nos estabelecimentos de saúde do Serviço Nacional de Saúde (para as pessoas com menos de 60 anos e com doenças de risco).
Sobre a possibilidade de alargar a vacinação sazonal a faixas etárias inferiores aos 60 anos, o coordenador da Comissão Técnica de vacinação, Luis Graça, ouvido esta semana na Comissão Parlamentar de Saúde, admitiu que essa hipótese poderá ser considerada desde que não prejudique a dos grupos de maior risco.
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