Economia
Milhares de portugueses com o vício da raspadinha. Quem joga com frequência é quem tem rendimentos mais baixos
Quem compra mais raspadinhas são os que possuem rendimentos baixos. As conclusões são do estudo “Quem paga a Raspadinha?”, elaborado pela Universidade do Minho (UM) para o Conselho Económico e Social (CES), que identifica 30 mil pessoas com vício “patológico” de raspadinha em Portugal.
“A grande conclusão do estudo é que a raspadinha atinge diretamente a população socialmente mais vulnerável”, revela Pedro Morgado, psiquiatra que coordenou a investigação com o economista Luís Aguiar-Conraria. “Em média, os portugueses gastam 54 euros por ano em raspadinhas, mas é na população que ganha entre 400 euros e 664 euros que surge a maior prevalência, pois estes jogam 3,1 vezes mais do que quem aufere mais de 1500 euros”, lê-se no Jornal de Notícias (JN).
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Sabia que os portugueses que só completaram o ensino básico também têm 5,8 vezes mais probabilidade de jogar do que quem tem mestrado ou doutoramento? E o mesmo acontece com a idade, pois os idosos têm o dobro da probabilidade de jogar do que os jovens. “Se a análise incidir sobre as profissões dos jogadores, as mais presentes são as de operário e comerciante, mas também há muitos trabalhadores do setor agrícola a raspar”, refere.
Os dados disponibilizados pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ao JN, dão conta de que os portugueses gastaram 1515,2 milhões de euros em raspadinhas durante o ano de 2021, o que dá uma média de 4,1 milhões de euros por dia. Estes são os dados mais recentes disponíveis.
Em 2020 houve uma diminuição nos gastos com estes jogos, mas em 2021 os portugueses voltaram a gastar mais com este tipo de lotaria instantânea, atingindo-se um valor de vendas similar ao de 2018.
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