Saúde
Parto de grávidas no privado após transferência do SNS representa menos de 1%
O número de grávidas transferidas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para hospitais privados entre 01 de junho e 10 de setembro, na região de Lisboa e Vale do Tejo, representa menos de 1% dos partos realizados nestas instituições.
Estes dados foram divulgados hoje à agência Lusa pelo presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), depois da Direção Executiva do SNS ter divulgado que, nos cerca de 6.750 partos realizados entre 01 de junho e 10 de setembro na região de Lisboa e Vale do Tejo, apenas 24 grávidas foram transferidas para hospitais privados (0,13%), no âmbito da “Operação Nascer em Segurança no SNS – Verão 2023”.
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Óscar Gaspar sublinhou que a percentagem baixa demonstra que “os privados têm nesta e noutras especialidades uma atividade própria e consistente, que não está relacionada com o SNS”.
“Esta experiência permite-nos tirar algumas conclusões importantes e derrubar, com factos, a demagogia que tantas vezes é colocada a circular. As ‘fake news’ devem ser desmascaradas até porque neste setor fazem mal à saúde”, alertou.
O líder da APHP realçou também que “o preço dos partos normais foi de 1.965,60 euros e as cesarianas 3.005,1 euros, conforme foi determinado pelo Governo”, aludindo que há pouco tempo se especulou “que o valor pago aos hospitais privados era de cinco mil euros, que este seria um grande negócio e até que o recurso aos privados teria como motivação o seu financiamento”.
“Dizer que os partos do SNS constituem um negócio não tem nenhuma base de verdade porque esta atividade não teve expressão nas contas dos hospitais privados”, apontou.
Óscar Gaspar frisou ainda que “a existência de uma saúde privada forte e de qualidade permitiu ao Estado tranquilizar todas as grávidas do país oferecendo-lhes esta possibilidade, caso fosse preciso”.
“A insegurança anterior foi substituída pela certeza de que as grávidas teriam todas as condições para poderem viver este momento tão importante das suas vidas nas melhores condições disponíveis. A grande vitória deste acordo é esta — um acordo claro permitiu um serviço claro e resolveu um problema do SNS. A articulação programada e previsível aumenta a oferta e a sustentabilidade dos cuidados de saúde”, defendeu.
Num balanço provisório da operação feito hoje à Lusa, o diretor executivo do SNS afirmou que “foi um processo complexo em função das férias dos profissionais e em função de muitos outros problemas que aconteceram durante este período”, como greves, mas sublinhou que, “apesar disso tudo, a operação decorreu de forma muito tranquila e organizada”.
Segundo Fernando Araújo, a previsibilidade do ponto de vista dos locais abertos e a funcionar manteve-se de “forma muito robusta, o que dá, e deu, seguramente confiança às grávidas e segurança aos profissionais”.
Entre janeiro e agosto, registaram-se em LVT 16.155 partos (excluindo os do Centro Hospitalar do Oeste, que tem o bloco de partos integrado no Centro Hospitalar de Leiria, pertencendo à região do Centro), mais cerca de 500 partos (+3,2%) face ao período homólogo de 2022.
Também questionado sobre se a “Operação Nascer em Segurança” é para continuar, Fernando Araújo adiantou que está ser avaliado com as instituições como decorreu este período, ressalvando que as decisões da direção executiva “são sempre baseadas no envolvimentos e no diálogo com as instituições e os profissionais”.
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