Desporto

Gustavo Veloso vence 77ª Volta a Portugal

Notícias de Coimbra | 9 anos atrás em 09-08-2015

O espanhol Gustavo Veloso (W52/Quinta da Lixa) confirmou, este domingo, em Lisboa, a vitória na 77ª Volta a Portugal Liberty Seguros, como era expectável, depois de bater a concorrência no contrarrelógio da penúltima tirada. A 10ª e derradeira etapa foi ganha por Matteo Maluccelli (Team Idea 2010 ASD), o mais rápido no sprint da Avenida da Liberdade. Atrás de Maluccelli cortou a meta o colega de equipa Davide Vigano e Eduard Prades (Caja Rural-Seguros RGA).

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A vitória foi para o italiano, mas as atenções estiveram centradas, desde a partida em Vila Franca de Xira, no homem da Volta 2015: o espanhol Gustavo Veloso, Camisola Amarela Liberty Seguros desde a 2ª etapa com final na Serra do Larouco (Montalegre). Sorridente, disse no fim, que o ingrediente principal para ganhar a Volta pela segunda vez consecutiva é o sacrifício. “É preciso sacrificar muitas coisas na vida. Sacrificamos o tempo com a mulher e com os filhos em prol de estágios, para estarmos na melhor forma. Se a Volta não fosse tão importante como é para mim, não sacrificaria todas essas coisas.”

O pódio final no coração de Lisboa ficou completo com dois corredores da equipa Efapel, o português Jóni Brandão, no segundo lugar e o espanhol vencedor da Volta 2013, Alejandro Marque. Para além de ser coroado Rei da Volta 2015, perante um mar de gente que inundou a Praça Marquês de Pombal, Gustavo Veloso (W52-Quinta da Lixa) terminou a competição no topo da Classificação dos Pontos, Camisola Vermelha Banco BIC, ao ser o mais regular em prova, o que lhe valeu também o Prémio Kombinado KIA, fruto do somatório das diferentes classificações.

Nos festejos de encerramento tiveram também destaque Bruno Silva (LA Alumínios-Antarte), vencedor do Prémio da Montanha, Camisola Azul Fundação do Desporto e o jovem russo Aleksey Rybalkin (Lokosphinkx) que venceu a classificação da Juventude, Camisola Branca RTP. Coletivamente a equipa do líder, a W52-Quinta da Lixa, foi a melhor.

Antes do Grande Final, em Lisboa, a Volta montou arraiais em Vila Franca de Xira. As gentes da terra, habituadas a outras corridas, aplaudiram os “touros do asfalto”, que tinham de cumprir os últimos 132,5 quilómetros da competição. Em etapa de consagração já se previa que fossem os festejos a fazerem parte da tirada. Foi assim durante mais de 50 quilómetros, onde houve direito a cumprimentos e “selfies” no pelotão. A calma da caravana era evidente pela média da primeira hora: apenas 30 quilómetros.

Depois desta animação, quatro homens quiseram “dar nas vistas” e evidenciaram-se na frente de corrida. O perfil da chegada convidava a um espetáculo de alta velocidade, onde os sprinters podiam ser protagonistas pela última vez. E assim foi. O quarteto rolou junto cerca de 50 quilómetros e já no centro da capital, quando faltavam 10 quilómetros para a meta começou a desfazer-se engolido pelo grande grupo que depois aproveitou a beleza e a rapidez da fantástica Avenida da Liberdade com um cordão humano imenso e colorido a assistir à aceleração para a meta junto ao Marquês. Contabilizadas todas as pessoas que, desde a partida, vieram para a beira da estrada, indiferentes ao calor ou que acompanharam a etapa através da emissão da RTP, estaremos a falar de uma assistência de milhões de pessoas para quem a Volta, cada vez mais, é um acontecimento de relevo que não deixa ninguém indiferente.

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Este é o quarto ano consecutivo em que um galego, a correr numa equipa nacional, ganha a “portuguesa”. Depois de David Blanco e Alejandro Marque, Gustavo Veloso comemorou a vitória pelo segundo ano consecutivo.

Para Gustavo Veloso há uma explicação para os galegos dominarem. “Muitos de nós aprendemos a ser ciclistas em Portugal, é aqui que temos essa oportunidade. O que somos hoje deve-se a Portugal.” Tal como em 2014, o corredor da W52-Quinta da Lixa conquistou a liderança na chegada à Serra do Larouco (Montalegre), e com ajuda da equipa, cujo trabalho se destacou ao longo de toda a competição, manteve sempre o primeiro lugar até ao fim. Com 35 anos, nascido em Villagarcia de Arosa, na Galiza, Veloso viveu, este domingo, uma vez mais, um episódio feliz e de paixão eterna: “Para ganhar a Volta a Portugal, é preciso amar a Volta a Portugal”.

Em plena festa no Marquês de Pombal, e terminados 11 dias de competição com mais de 1550 quilómetros pedalados, o diretor da Volta a Portugal, Joaquim Gomes, anunciou que a próxima edição vai terminar com uma prova de contrarrelógio. As decisões finais da 78ª Volta a Portugal estarão reservadas para o percurso entre Vila Franca de Xira e Lisboa.

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