Universidade
Estudo europeu apresentado em Coimbra quer a saúde no centro das políticas municipais
Um estudo europeu que visa promover as cidades saudáveis, apresentado hoje em Coimbra, defende que a saúde deve ser colocada no centro das políticas nas autarquias.
“Pela capacidade de atuar sobre os determinantes da saúde, os municípios devem assumir a liderança na promoção da saúde nas comunidades”, de acordo com o estudo, intitulado “Diretrizes para a promoção de cidades saudáveis”, que teve a coordenação científica de Paula Santana, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (UC).
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Além disso, entre outras propostas, os autores do documento, incluindo Ângela Freitas e Ricardo Almendra, recomendam uma “colaboração intersetorial e participação cidadã” no âmbito das ações de governança local.
Na sessão, realizada no auditório do Colégio da Trindade, na Alta de Coimbra, Paula Santana preconizou um “urbanismo de proximidade”, admitindo que “o caminho para que as pessoas sejam saudáveis está mais próximo” se, designadamente, os espaços verdes funcionarem nas cidades “como autênticos lugares de convívio”.
Nas áreas urbanas, as autarquias devem assegurar “lugares de encontro de pessoas de várias proveniências”, acrescentou a investigadora do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território da UC.
Depois da pandemia da covid-19, “que lugares se vai planear para se viver melhor?”, questionou, para defender a existência de cidades “mais verdes, mais inclusivas e mais caminháveis”, investindo num urbanismo de proximidade e numa mobilidade que reforce a sustentabilidade ambiental, com transportes públicos favoráveis à preservação da qualidade que se respira.
Segundo o estudo, em cada cidade, importa “desenvolver um plano municipal de saúde integrado e participativo”.
Esse plano deve assentar “em evidência de base geográfica e multidimensional, onde as prioridades de atuação são adequadas às necessidades específicas de cada freguesia e população-alvo”.
O presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, que interveio na abertura dos trabalhos, salientou que, para o município, o estudo “representa uma excecional mais-valia”, ao apoiar as políticas de promoção da saúde das pessoas.
O trabalho científico foi desenvolvido no âmbito do Instituto Virtual para a Saúde e Bem-Estar da EC2U – Campus Europeu de Cidades Universitárias, que, além de Coimbra, junta as universidades de Poitiers (França), Friedrich Schiller de Jena (Alemanha), Alexandru Ioan Cuza de Iasi (Roménia), de Salamanca (Espanha), Pavia (Itália) e de Turku (Finlândia).
Além do reitor da UC, Amílcar Falcão, que interveio no início da sessão para saudar os participantes, usaram também da palavra a investigadora Ângela Freitas, o médico de família José Luís Biscaia, diretor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Baixo Mondego, e o vice-reitor para as Relações Externas e Alumni da UC, João Nuno Calvão da Silva, que encerrou os trabalhos.
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