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Papa Francisco critica corrupção
O papa pediu hoje que se faça mais para proteger o ambiente e alertou para a corrupção, durante uma visita sem precedentes à Mongólia, jovem democracia encravada entre a Rússia e a China.
Em Ulan Bator, o papa, de 86 anos, foi recebido num tapete vermelho em frente à guarda de honra, vestida de azul, vermelho e amarelo tradicionais.
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“Viva o papa!”, cantava uma multidão entusiasta.
O Presidente da Mongólia, Ukhnaa Khurelsukh, recebeu o papa jesuíta diante de uma imponente estátua de bronze de Genghis Khan, na imensa praça Sukhbaatar, que alberga o coração do poder mongol.
Numa homenagem à tradição mongol de viver em harmonia com a natureza, Francisco defendeu um “compromisso urgente e agora inescapável de proteger o planeta Terra”.
A Mongólia, um dos maiores exportadores de carvão, tem uma das capitais mais poluídas do mundo.
O papa também advertiu os líderes da Mongólia, onde um grande escândalo na indústria do carvão provocou grandes manifestações em dezembro, contra a corrupção.
A corrupção representa “uma séria ameaça ao desenvolvimento de todos os grupos humanos, alimentando-se de uma mentalidade utilitarista e sem escrúpulos que empobrece países inteiros”, salientou.
A visita de Francisco atraiu muitos peregrinos de outros países asiáticos, que também se deslocaram à Mongólia para ver o chefe da Igreja Católica.
Francisco deverá encontrar-se com a pequena comunidade católica do país na catedral de São Pedro e São Paulo, cuja nave circular se assemelha à tradicional tenda dos nómadas mongóis. Há apenas 25 padres e 33 freiras, das quais apenas duas são mongóis.
No domingo, o papa fará um discurso num encontro inter-religioso, no qual o reitor da Igreja Ortodoxa Russa de Ulan Bator deverá participar com uma delegação, e presidir depois a uma missa numa arena de hóquei no gelo recentemente construída.
O Vaticano disse esperar que participem na missa peregrinos de países vizinhos, incluindo Rússia, China, Coreia do Sul, Tailândia, Vietname, Cazaquistão, Quirguizistão e Azerbaijão.
A visita do papa à Mongólia é um gesto de apoio à pequena comunidade de católicos, que conta com cerca de 1.400 pessoas numa população de mais de três milhões.
Mas esta viagem, a segunda de Francisco à região no espaço de um ano, depois da visita ao Cazaquistão em setembro de 2022, é também estratégica do ponto de vista geopolítico.
Outrora parte integrante do império de Genghis Khan, a Mongólia depende da Rússia para as importações de energia e da China para a exportação de matérias-primas, principalmente carvão.
Mas, embora se mantenha neutra em relação aos poderosos vizinhos, reforçou as relações com outras nações, nomeadamente Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, por uma questão de equilíbrio.
Isto torna a Mongólia potencialmente útil para as relações do Vaticano com Pequim, com quem a Santa Sé renovou, no ano passado, um acordo sobre a nomeação de bispos, e com Moscovo, com quem Francisco tem procurado negociar o fim da guerra na Ucrânia.
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