Coimbra

Vendaval galego no Larouco define novo Camisola Amarela

Notícias de Coimbra | 9 anos atrás em 31-07-2015

Delio Fernández  foi o mais forte no topo da serra do Larouco, em Montalegre. O espanhol, natural da Galiza, venceu esta sexta-feira, a 2ª etapa da 77ª Volta a Portugal Liberty Seguros após um ataque vitorioso no último quilómetro. O compatriota e companheiro de equipa na W52-Quinta da Lixa, Gustavo Veloso, terminou em terceiro lugar, a seis segundos, mas saltou imediatamente para o comando da classificação.

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No alto dos 1525 metros de altitude, segundo ponto mais elevado de Portugal continental, e alheio à força do vento que soprava, Veloso vestiu a Camisola Amarela repetindo o que fizeram em Montalegre, no ano passado, quando venceu a Volta com a liderança conquistada no Larouco. Nas declarações do novo líder sentia-se uma dupla satisfação pela liderança e pelo triunfo do colega e amigo Delio Fernández. “A Volta tinha uma dívida para com o Delio, depois da grande prestação que ele teve em 2014. Ele merecia esta vitória, que é ainda mais importante por ser numa etapa especial como esta, aqui bem perto de casa.”

O anterior comandante, o belga Gaetan Bille (Verandas Willems Cycling Team), ainda deu luta para manter a liderança até aos últimos três quilómetros, mas como o próprio antecipou não conseguiu acompanhar o ritmo na derradeira fase e chegou ao fim mais de dois minutos depois do vencedor afundando-se na tabela.

Delio Fernández, agora vice-líder na classificação geral a três segundos, revelou a sensação do dever cumprido. “O objetivo era não perder tempo e protegermos o nosso líder, Gustavo Veloso. Foi um final muito exigente. Guardei algumas forças para conseguir aguentar os últimos metros. Estou muito contente por mim e pela equipa.”

O segundo lugar de José Gonçalves (Caja Rural-Seguros RGA) na serra do Larouco empurrou-o para a terceira posição da classificação geral e permitiu-lhe vestir a Camisola Vermelha Banco BIC, pela melhor regularidade nas duas etapas em linha que a Volta teve até agora. Após a conclusão da primeira etapa de montanha desta edição, há sete portugueses entre os dez melhores classificados.

A meteorologia previa tempo instável para este dia. Pela manhã o sol espreitava envergonhado em Macedo de Cavaleiros, cidade que deu a partida aos 175,6 quilómetros da segunda etapa. A autarquia regressou este ano à Volta a Portugal após 20 anos de ausência.

Focado em manter a liderança na Montanha, Bruno Silva não quis esperar e com apenas quatro quilómetros de prova escapou do grande grupo. O português da LA Alumínios-Antarte foi novamente protagonista no grupo de cinco homens que estiveram em fuga mais de 160 quilómetros. Venceu três das quatros contagens de montanha do dia e manteve a Camisola Azul Fundação do Desporto.

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Anulados os fugitivos a 12 quilómetros da meta foi um pelotão compacto que atacou a subida à Serra do Larouco. A chuva que ainda caiu durante a etapa fez lembrar a intempérie do ano passado, em Montalegre, mas no fim foi o sol que brilhou, juntamente com o vendaval galego.

Ciclismo é espetáculo, não há quem negue. Seja pela entrega ao esforço, pelos excessos ao sprint ou pelas dificuldades que só a montanha  consegue  revelar.

É em altitude que se vivem as grandes emoções de uma modalidade como esta. Só a montanha tem autoridade para definir favoritos. A história da Volta a Portugal demonstra essa importância. Em 1971, a Torre, no alto da Serra da Estrela, surgiu no mapa da prova e, em 1978, foi a vez da sempre mítica Senhora da Graça, em pleno Monte Farinha, em Mondim de Basto, “entrar em cena”. Tanto uma como a outra são, nos dias de hoje, palco de um espetáculo que não é só ciclismo. A festa do povo divide protagonismo com o esforço depositado pelos corredores em cada palmo de asfalto.

Em 2014 a Volta conheceu a Serra do Larouco. A chuva, o vento e o nevoeiro quiseram estragar o início deste romance, numa etapa verdadeira épica a provar que, no fim de contas, é também por isso que a Montanha é especial. O ciclismo ganha com ela!

Depois do Larouco é a vez da Serra do Barroso se mostrar na Volta. Boticas dará início, este sábado, a uma etapa de 172,2 quilómetros que vai levar a caravana até Fafe. A “Sala de Visitas do Minho” servirá de palco privilegiado para os sprinters.

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