Coimbra
Comissão Vitivinícola promove novos espumantes Baga Bairrada
“Uma Região. Uma Casta. Um Espumante: Baga Bairrada”: é este o lema do projecto ‘Baga Bairrada’, uma iniciativa da Comissão Vitivinícola da Bairrada (CVB) aberta a todos os produtores da região e que estabelece um standard colectivo para um espumante feito a partir da casa bandeira da região, a Baga. Uma nova categoria para um produto distinto, com regras de produção e identidade gráfica próprias, criada para melhor promover e vender a região – e seus vinhos – em Portugal e no Mundo.
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“A Baga é um património inquestionável, que tem que ser preservado e potenciado.”, in Plano de Ação para a viticultura bairradina. A CVB pretende assim sinalizar, demarcar e autenticar a casta Baga como variedade típica (e predominante) da Bairrada, valorizando a casta, a região vitivinícola, e gerando notoriedade para o grande factor diferenciador: a Bairrada como região com massa crítica suficiente para fazer espumantes brancos de uma casta tinta. Embora a regulamentação desta nova categoria contemple brancos, rosados e tintos, a CVB tem como objectivo principal assegurar um denominador comum e estilo que faça crescer os espumantes “Blanc de Noirs Baga Bairrada”, em particular nos mercados de exportação, onde o espumante português ainda tem dificuldades em afirmar as suas especificidades.
Por questões climáticas, é difícil produzir todos os anos grandes (volumes de) vinhos tintos de Baga, já a qualidade de excelência nos espumantes desta casta é sempre garantida, o que faz a diferença para a região da Bairrada, ainda mais se “uniformizados” e consolidados numa categoria de produto. A importância da casta Baga na valorização e diferenciação dos espumantes Bairrada é hoje uma realidade indiscutível. Durante anos, vários foram os produtores que encontraram nela o complemento perfeito para os seus lotes de vinho base espumante. No entanto, nos últimos 8 a 10 anos os espumantes varietais de Baga têm ganho adeptos na produção, mas também junto da crítica especializada e do consumidor, que lhe atribuem uma conotação extremamente positiva.
Liderado pela CVB, foi criado um grupo de trabalho composto pela entidade e por um corpo técnico de sete enólogos, que ao longo dos últimos dois anos tem vindo a definir regras, processos e estratégias para implementação, promoção e divulgação do projecto ‘Baga Bairrada’.
Esta iniciativa posiciona os espumantes com assinatura ‘Baga Bairrada’ num patamar de valorização especial, evitando a guerra de preços e unindo os produtores na criação colectiva de valor para todos e para a região. O plano de comunicação – suportes informativos (microsite, folheto), assessoria mediática, eventos, presença em feiras, activação no ponto de venda, merchandising – tem como objetivo potenciar a projecção da marca ‘Baga Bairrada’ a fim de atrair novos públicos.
À data de hoje são cinco os espumantes com o “selo” de qualidade e a logomarca ‘Baga Bairrada’, todos eles 100% Baga. De destacar o facto de três deles serem novas referências, criadas de raiz para “dar vida” a esta aposta da região: ‘Aliança Baga Bairrada Reserva 2013’ (Aliança Vinhos de Portugal), ‘Quinta do Poço do Lobo Baga Bairrada 2013’ (Caves São João) e ‘Rama&Selas Baga Bairrada 2013’ (Rama & Selas). As referências da Adega de Cantanhede e das Caves São Domingos já existiam, muito embora as colheitas que agora chegam ao mercado – ‘Marquês de Marialva Baga Bairrada 2013’ e ‘São Domingos Baga Bairrada 2008’ – tenham sido afinados a fim de cumprirem todos os requisitos do projecto ‘Baga Bairrada’.
“Para este ano temos prevista a comercialização de 250.000 garrafas de espumantes ‘Baga Bairrada’, fasquia que queremos – e acreditamos que seja possível – aumentar para um milhão já em 2018. Assim, o objectivo é que esta nova categoria de produto ocupe uma quota de mercado de mais de 10%, analisando o universo de espumantes produzidos em Portugal, número que actualmente atinge os onze milhões de garrafas”, afirma Pedro Soares, Presidente da CVB. Um objectivo a alcançar através da adesão de novos players. Existem já outros produtores que têm a estagiar os seus espumantes ‘Baga Bairrada’: Caves Montanha, Caves Primavera e o produtor Luís Pato. Estes, entre outros, aderiram desde a primeira hora a esta iniciativa da região.
A nível económico, o projecto ‘Baga Bairrada’ é um importante passo para região, ao incrementar a certificação dos espumantes, aumentando assim o número de garrafas com o selo “Denominação de Origem (D.O.) Bairrada”. Actualmente na região produzem-se cerca de oito milhões de garrafas, o que corresponde a 65% da produção nacional, sendo que apenas 1,5 milhões são certificadas; muitas das restantes são de empresas que ali vão espumantizar os seus vinhos, produzidos com uvas de fora da região, o que não será viável ao aderirem ao cluster ‘Baga Bairrada’.
A diversidade vínica de Portugal é algo que nos distingue e torna únicos. Seria uma mais-valia se não fosse o handicap de notoriedade no estrangeiro; por isso é estratégico que a promoção externa dos vinhos portugueses assente em mensagens generalistas. A Bairrada é reflexo do que se passa no país: a diversidade assenta-lhe que nem uma luva. Pedro Soares é taxativo ao afirmar que “é preciso categorizar a região da Bairrada para a destacar e vender, não só lá fora, mas também dentro de portas. E isso poderá fazer-se através da Baga, a casta rainha da região e uma das que mais expressão têm ganho nos últimos anos na produção de espumante na Bairrada. O projecto ‘Baga Bairrada’ é uma das ferramentas para esse caminho”. Com esta nova categoria de produto, a CVB regulamenta um produto (numa categoria) – assegurando a qualidade do volume e a sua consistência – para que seja uma bandeira, não só da região, mas também um eixo de promoção de Portugal no estrangeiro.
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