Polícias

“Condições deploráveis” para PSP deslocados para a JMJ

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 01-08-2023

O Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) denunciou hoje, no aeroporto do Porto, algumas “condições deploráveis” que agentes da PSP deslocados em Lisboa para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), falando em falhas de higiene e limpeza.

“Têm-nos chegado alguns relatos, inclusive algumas imagens. Nós ainda estamos em fase de processamento, a identificar quais os sítios que não têm as condições ideais, mas são imagens fortes, em condições deploráveis e dignas de terceiro mundo que nós vamos tentar escrutinar e alertar”, disse hoje aos jornalistas o responsável pelas ações de luta do Sinapol, Tiago Fernandes.

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O Sinapol iniciou hoje no aeroporto Francisco Sá Carneiro, na Maia (distrito do Porto), uma semana de ações de luta que decorrem ao mesmo tempo da JMJ, que se inicia hoje em Lisboa e decorre até domingo.

Tiago Fernandes elencou situações como “(…) chuveiros todos sujos, falta de limpeza, falta de higiene, camas de ferro, alimentação dúbia, reforço dúbio”.

“Por isso é que marcámos estas ações. Não só para reivindicar a nossa valorização salarial, mas para fazer um acompanhamento diário junto dos nossos colegas, que estão a exercer serviço e, com esse acompanhamento, solucionar algumas situações pontuais e apelar à sensibilidade para que algumas coisas sejam resolvidas de forma célere”, justificou.

Também relacionada com a JMJ está a questão das ajudas de custo aos agentes, que está no máximo permitido por lei (43 euros), o Sinapol refere que “não é atualizado há mais de uma década”, há “quase 15 anos”.

AO valor total subtraem-se cinco euros de alojamento, mais valores referentes a “três refeições, porque é forncecida uma refeição na hora de serviço, mas nas outras refeições o elemento terá que se deslocar”.

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“Falamos de Lisboa, uma das capitais mais caras da Europa, e um preço de uma refeição nunca andará muito por baixo dos 10 euros. O elemento chega ao fim e não está a ganhar dinheiro, não está a ser valorizado, e num caso ou outro ainda poderá ter que tirar dinheiro do próprio bolso para estar a trabalhar”, assinalou Tiago Fernandes.

Na ação de hoje, os seis polícias presentes entregaram panfletos na área de chegadas do aeroporto, com mensagens em português, inglês, francês, espanhol e italiano dizendo “Reze pelos polícias, o nosso Governo não nos valoriza. As nossas vidas valem 899 euros!”, numa referência ao salário base de um polícia em início de carreira.

Segundo Tiago Fernandes, a ideia é dar “as boas vindas” a quem visita o país, mas também “dar a conhecer a realidade da polícia portuguesa”, considerando urgente sentar-se à mesa das negociações com o Governo, mas exigindo “propostas concretas” por parte do Ministério da Administração Interna, liderado por José Luís Carneiro.

Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa de hoje a domingo para a JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, e que contará com a presença do Papa Francisco.

Estima-se que, no total, a jornada vá custar cerca de 160 milhões de euros.

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