Polícias
Sindicato lamenta que Governo não aproveite “Papa” para dignificar PSP
O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Paulo Santos, lamentou hoje que o Governo não tivesse aproveitado a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) para dignificar a instituição da PSP.
“Era importante, até aproveitando um pouco esta iniciativa da JMJ, na qual se percebe claramente a importância dos polícias para os sucessos” destas iniciativas, que houvesse “um sinal político para resolver concretamente o que está em causa”, disse o responsável à Lusa.
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Paulo Santos falava no decorrer de uma vigília de dirigentes da ASPP/PSP em frente do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, o culminar de vários protestos em relação às políticas do Governo e aos problemas que afetam a instituição.
Os protestos, que começaram na quinta-feira em Faro, decorreram em várias zonas do país e terminaram hoje em Lisboa, tendo sempre como pano de fundo os salários e a falta de atratividade da profissão.
Nas declarações à Lusa o dirigente fez um balanço positivo, porque foi possível levar ao conhecimento da opinião pública o que a ASPP/PSP diz há mais de dois anos: “Que a instituição está doente, que há esquadras em que o funcionamento decorre de um polícia de serviço” e que a JMJ vem ainda demonstrar as limitações da instituição.
“A polícia não pode viver permanentemente numa perspetiva de desvalorização dos profissionais” e como “uma instituição fraca, sem capacidade de resposta”, disse.
Dos problemas na PSP, Paulo Santos destacou o facto de o efetivo policial estar cada vez “mais envelhecido, mais escasso, e mais doente”, tendo ao mesmo tempo cada vez “mais missões, mais incumbências, e mais serviço”.
O outro problema maior é “a falta de dignificação salarial”, pelo que é necessária uma reformulação das tabelas remuneratórias.
Na semana passada, os dirigentes da ASPP estiveram reunidos com o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, mas mantiveram-se as formas de luta, uma delas a participação numa manifestação em Belém, no âmbito da Comissão Coordenadora Permanente (plataforma de forças de segurança), na altura em que o Presidente da República estará com o Papa Francisco, que nesse dia chega a Lisboa.
Paulo Santos recordou a reunião com o ministro, a quem entregou documentos e a quem disse que a instituição está doente, “cada dia com mais problemas e constrangimentos”.
Agora num espírito mais alusivo à JMJ, os profissionais da ASPP/PSP ostentaram na vigília de hoje uma grande faixa com a frase “Mais uma ‘cruz’ que carregamos”. A mesma frase lia-se também nas camisolas dos profissionais, empunhando bandeiras da associação.
Mais de 2.800 polícias de todo o país vão estar em Lisboa para reforçar a segurança da JMJ mas Paulo Santos tem dúvidas de que tudo esteja tratado em termos de alojamento, transporte a alimentação.
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